03 de fevereiro de 1960.48 anos depois.
Hoje, dia 03 de fevereiro, domingo de carnaval, acordei às 6,00 horas um tanto pensativo e com o espírito saudosista, ao invés de estar descontraído e alegre devido aos festejos carnavalescos.
Preocupada, a minha mulher falou que eu poderia dormir um pouco mais, pois era domingo e o único compromisso seria à tarde.Respondi-lhe não, adiantando que estava me dirigindo à sala particular para ver algo, sobre o qual não cheguei a lhe dizer.
Logo ao entrar em meu escritório, denominado pelos netos de “O recanto do vovô,”deparei-me com o retrato de meu pai, de fisionomia serena, sem deixar de observar, na parede ao lado, o Diploma de Veterano, concedido pela TELERJ no qual estão registrados os meus 35 anos de serviços. Afinal, perguntarão os senhores; Por que toda essa angústia, logo no momento em que deveria juntar-se aos festejos de Momo?
Naturalmente isso aconteceu em razão de preservar, como conduta de vida, o forte sentimento de gratidão, do qual, com certeza, jamais abri mão.
No meu entender trinta e cinco anos de trabalho numa única empresa, iniciados em 03 de fevereiro de 1960, principalmente, em se tratando do emprego obtido por solicitação de meu saudoso pai, deixam marcas profundas de saudades e lembranças inesquecíveis, as quais se fazem constantemente presentes em meu coração. Ocorre ainda o reconhecimento do fato de terem sido, o meu pai e a empresa, os responsáveis principais pelo maravilhoso estágio de vida, econômica e social conseguida, ainda, com a soma do serviço árduo com o qual procurei corresponder e honrar permanentemente os seus nomes.
Rotineiramente, eu já havia superado a ausência do ambiente sadio de trabalho conquistado com dignidade, senso de companheirismo, lealdade e, acima de tudo, respeito.
Esta pequena crônica, embora redigida com emoção, mostra o valor, para algumas pessoas, do que representa o seu passado, quando este é solidificado no amor fraterno e no duradouro relacionamento humano.