BUSCA INFINITA
Olhei para dentro de mim e nada encontrei.
Deixei minha alma vagar livre pelo espaço,
Através do infinito, em busca de sua essência,
Que me revelasse a verdade sobre mim mesma...
E mesmo assim, não me encontrei!
Vaguei dias e noites, por entre perdas dolorosas,
Conquistas adiadas, amores desencontrados,
Tentando nivelar-me a minha própria invalidez,
Diante do Universo, a minha insignificância,
Diante de Deus, a minha fragilidade,
Ressaltada por meus medos e desconfiança,
Porque era o que eu tinha de mais forte em mim.
A ausência de meu conhecimento interior,
Da minha resistência em não render-me aos
Fracassos e desilusões, por considerar
os mistérios da vida e da morte
como meias verdades...
A verdade inteira, eu desconhecia!
E, dentro dessa procura incessante
Pelo improvável, deparei-me
Com o inevitável.
A minha própria imagem,
refletida em meu pranto,
derramado pelos caminhos que trilhei,
nas adversidades que encontrei,
até que a verdade inteira,
desnuda, imperturbável,
desabou diante de meus olhos.
O que falta para encontrar-me
com o meu verdadeiro Eu,
que cale as minhas dúvidas,
que dê vazão aos meus anseios de felicidade...
sou eu mesma!
Eu, com meus mistérios e contradições,
Com minhas angústias e decepções,
Com minhas mentiras e minhas verdades.
Aceito meus erros, sem reclamar.
Minha impotência, sem lutar!
O que faz de mim, apenas mais uma sobrevivente
De uma geração, exaurida pelos choques irreconciliáveis,
Entre a razão e a emoção.
Então... essa busca será infinita!