Escritores do Senhor!
Desde os meus primeiros passos no jornalismo sério no Jornal do Comércio, de Manaus, Amazonas, acreditava que jornalistas, escritores ou poetas bons eram inveterados boêmios. Não podia conceber um intelectual sem um fim de tarde acompanhado de uma loira fria. Naquele tempo ainda não se falava em loira burra, que por sinal é um equivoco. Chamamos a loira de burra, mas ela, na maciota vai-nos conquistando e levando nossa economia. Não só elas, mas são artistas em levar nosso suado dinheirinho. Pura ilusão de homem besta. E olha que naquele tempo para engordar o bolso eu dava aulas noturnas da extinta matéria de OSPB - Educação Moral e Cívica.
A loira fria (chamada comercialmente de cerveja) sugou bastante o salário deste escriba, que se dava ao luxo de convidar os colegas de redação, literatura ou, com eles dividindo cada gole e a mesa do bar, a cerveja geladinha descia pela garganta, como se o único prazer na vida fosse esse. A conta quase nunca era dividida, eu pagava a conta! Os que devem ter imensas saudades deste Seu Pedro são alguns donos dos barzinhos das palafitas de Educandos, em Manaus, onde a loira era acompanhada de uma sopa de tucunaré, a tradicional “caldeirada” amazonense.
Papo de jornalista, escritor ou poeta ou era o mais diversificado, se falava em tudo, principalmente na pauta executada no dia e do dia e prevista para seguinte. Comentávamos sobre os livros lançados ou a lançar, nas musas inspiradoras das poesias. Falávamos de quase tudo, das morenas, das loiras estrangeiras que vinham conhecer ou habitar o Amazonas, sabíamos as ofertas da Zona Franca. Não perdoávamos o prefeito, o governador e nem o presidente militar da “gloriosa” revolução Só não falávamos de Internet porque não existia, e nem sobre Deus, este só lembrávamos em dia de festa e procissão! Era 1968, seria por causa do efeito por tabela da grande censura da época?
Envelheci, já não tenho mais vinte e poucos anos e nem bebo mais cerveja, estou com sessenta e alguns! Na minha idade, vivendo em atividades algo em torno de vinte por cento a mais que um homem comum, podem dizer que eu tenho mais de setenta (tomara que eu chegue lá). Nessa idade e experiência não era mais para me surpreender, nem com a derrubada das torres gêmeas naquele dia 11 de setembro de 2001, queda que fez americano gemer! No mesmo dia, já programado, surge na Internet um importante site de jornalistas, o Comunique-se.
Muda para mim a história; eu que não conhecia tão rápidas informações fiquei sabendo segundos depois dos ataques aéreos! Nestes anos, tenho conversado ao vivo ou por comunicadores on-line, com dezenas de jornalistas, estudantes de comunicação, escritores e poetas. Estes têm o prazer em falar sobre Deus! Nos dias atuais tenho trocado comentários com uma dezena de escritores e poetas no neste Recato das Letras. Que também trazem Deus a nossa discussão! Existem alguns que me enviam lindas mensagens. Isto é bom, é ótimo, isso nos faz crer em um mundo melhor, mais humano, através do bom uso da imprensa, dos livros, da Internet, dos meios de comunicação.
Não desmerecendo as loiras que descem redondo ou quadrado, a minha atual conversa é diferente! Com jornalistas, escritores ou poetas, femininos ou masculinos, católicos ou evangélicos, o papo sobre o magnífico Salvador é aqui. Mas sei que agora as discusões sobre Ele, os prós e os contra, discutem essa afiramção em bares, praças e átrios das igrejas. Antes o “respeito” era tanto que Ele ficava dentro dos templos. Ousado quem ousasse a falar em Deus brindando-o!
Esse Deus maravilhoso que não olha a cor de cabelos, da pela ou sangue que corre na veia está surpreendendo este velho! O munda está perdendo o medo de falar sobre Ele; será o efeito da nova comunição? Estou maravilhado com os jornalistas, escritores, poetas, que são os Escritores do Senhor obrigado! Meus últimos dias estão sendo abençoados!
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Choveu muito lá na roça, vim buscar umas mudinhas que falarão alto na colheita, e volto amanhã para dar uma de agricultor de carnaval. Estou ansioso para ver a serpentina de feijão!