PRECONCEITO INSTITUCIONALIZADO?
Meio do dia, fim de mes, fim de férias, carnaval batendo à porta, e contas a pagar. Que confusão!
E lá estava eu, numa dessas instituições fianceiras denominadas "bancos", daqueles cujos lucros no ano passado excederam a casa do chapéu, enfrentando uma "FILINHA" que óbviamente já passava em muito os quinze minutos de praxe que a lei determina para que o cidadão aguarde no banco.
Seria só para os caixas 'humanos", a tal da lei?
Não sei, o fato é que presenciei algo, que olha, me deixou chateada e muito constrangida.
Um senhor de meia idade, querendo entrar no tal estabelecimento, nem enfrentou a porta com sensor, e avisou em alto tom ser portador de marcapasso. Provavelmente porque já se constrangeu muitas vezes, acredito.
Alguém o ouviu?
Acho que apenas eu que estava ali bem ao seu lado.
Ainda enfrentei cerca de vinte minutos para acessar o meu caixa e ele dizia em alto e bom tom:
-Gente, sou cliente da agência, olha aqui os meus documentos, eu preciso entrar, é urgente, tenho marcapasso!
Os seguranças se entrolharam, expuseram as armas da cintura, acredito que inconscientemente para intimidar o cliente (vai que era bandido!), e só depois de muito seguros, acionaram o tico e o teco, e abriram a porta para o senhor, tão franzino que um vento o levaria...
Acho que falta bom senso nessas instituições.
Eu sou inconformada com essa catraca, essa roleta russa que atira nos nervos da gente toda vez que precisamos entrar nos bancos.
Acho que está mais do que na hora da Justiça se manifestar.
Acho um crime de constrangimento e discriminação não permitir a entrada das pessoas em livre acesso pelas portas seja de qualquer órgão de utilidade pública.
Que se encontre outras maneiras mais lícitas e não constrangedoras de se manter a segurança.
Eu nunca vi assaltante pedir licença para assaltar.
Já presenciei assaltos no interior de bancos, e quando ocorre é sempre com violência, com ou sem porta catraca.
Deixo aqui minha solidariedade àquele senhor que teve sua intimidade exposta como um objeto numa vitrine à apreciação de todos!
Mas o que é preconceito mesmo?
É lamentável...