POETANDO AO LUAR

Quanto mais conheço pessoas em bate-papos da Internet, mais me apaixono pela poesia! Fico aturdida com o comportamento troglodítico que encontro nas salas que conheço.

As pessoas falam muito de amor, dizem se amar, no lugar do oi/como vai, logo lê- -se um “eu te amo”... Mas nem se precisa virar as costas (eles têm a tecnologia da tela privada e até mesmo do “whisper”) para se ver o quanto banalizam este sentimento tão nobre.

Já me deparei com várias cantadas, aliás, como qualquer pessoa que freqüenta o mundo virtual, dada a tão conhecida estatística que comprova a busca de sexo por 90% dos seus usuários, mas nenhuma tão infantil como a última que me lembro...

O sujeito, mal me viu em sala e se fez de vítima da sociedade moderna, pedindo para conversar comigo... Queria abrir seu coração!

Eu, com minha mania altruísta acabei indo numa sala particular, ouvindo o tal “sofredor”!

Qual o que! Acabei é ouvindo uma das cantadas mais bem elaboradas para mulheres principiantes da Internet... Qualquer uma cairia no papo desse “profissional da net”. Ele só não se deu conta de um detalhe: eu escrevo sobre a alma das pessoas deste mundo... E, modéstia à parte, conheço um pouco o chão onde piso! Passei de confidente a amor ao teclar de algumas letras (não querendo medir o tempo em segundos...rs).

Imediatamente, ao acabar com a “ilusão do pobre coitado”, passei de amor a total desconhecida do mesmo! Ah... O mundo virtual!

O pior mesmo é entrar numa sala de pessoas conhecidas, onde a brincadeira pode rolar um pouco mais solta, já que as cantadas não mais acontecem e ser banida por uma coordenadora da sala, porque você estava com um apelido “obseno” (ipsis litteris)! O apelido que usava? PoetandoAoLuar...

Valha-me Deus! Até onde chega a impolidez (ou devo dizer ignorância?) das pessoas... Claro que não estou generalizando, nem mesmo querendo igualar a todos por baixo, mas...

É fácil encontrar as pessoas ouvindo músicas estrangeiras, falando os termos mais conhecidos em inglês, apelando para um tradutor quando não domina a língua estrangeira, usando o “dicionário informático” do momento. Mas ao administrar o próprio idioma, o caos se estabelece. E confundem poetando com punhetando (vejo ai uma semelhança com o próprio comportamento dessa coordenadora?).

Pouco importa, mesmo porque eu concordo quando se diz que quando uma mulher “dá” (que forma vulgar de se ver!), dá o que é seu. Não pede emprestado a ninguém! E arca com as conseqüências e/ou doenças e dores provindas do ato!

São atitudes assim que me faz a cada dia sentar à frente do meu computador para escrever... E o faço para satisfazer meu próprio ego, para re-equilibrar minha psique, pois a escrita nada mais é que a minha terapia, o meu eixo, o meu psicanalista!

Mil vezes poetar ao luar que dividir espaços com mentes que não acompanharam a virada do século, a globalização, o crescer do “ser”!

Mesquinhas pessoas que estão mais preocupadas com um ínfimo gozar escorrendo-lhe entre as coxas do que com o gozar pleno da sabedoria que todos os momentos da vida nos proporcionam!

Santo André, 13.09.05 – 14:15 h