COMO SURGE O MONSTRO

Se quer sair de uma situação muito ruim, tem algumas opções sim:
Eu fiquei pensando no seguinte: Qual a diferença entre “chutar o balde” ou tentar e lutar até o fim e entregar os pontos em total exaustão e cansaço?
Para efeito das conseqüências que o fim traria, nenhuma diferença faria...

Quando a gente cansa, cansa depois de ter tentado, e tentar é levar ao limite das forças, não é colocar o pé para dentro e imediatamente para fora. Bem, pelo menos todos as coisas que eu deixei pelo caminho, aquelas não conquistadas ou equivocadas foram assim, no limiar das minhas energias, exaurido, vencido de verdade.

Ir até o fim dói e deixa marcas, às vezes você demora para deixar para trás, se vê pensando vagamente no que não deu certo. Eu que gosto e prezo tanto o olhar para frente, não nego minhas cicatrizes, elas fecham depois de um tempo, mas as marcas ficam, lembranças do que passou, e é bom lembrar, mas apenas para evitar novas cicatrizes.

Veja: Tem um meio de caminho nessa estória que não tinha me ocorrido: Fugir. É uma terceira opção que eu nunca usei na vida...
É, fugir é o seguinte, vamos supor:
Você, tão competente e confiável, tão acima de qualquer suspeita,
de repente começa a se tornar negligente, displicente e desnecessário.
Em um piscar de olhos, se livram de você. Sim, é maquiavélico, e você acaba de se tornar um monstro!

E daí? Afinal o problema foi resolvido, o desgaste foi quase nenhum, você nem precisou falar muito, apenas abaixar a cabeça e sair aliviado!
Sabe que agora eu entendo o comportamento de muita gente?
Não interessa o que eles deixam para trás e nem como, apenas o fazem de qualquer forma, porque simplesmente é importante para eles!

Fantástico. Adorei. Pasmem, mas que criou-se um monstro cínico e maquiavélico nessa estória, ah, isso sim!
Olha, vou dizer que de vez em quando é a única saída encarnar o monstro, sabe por que?
Tem pessoas que simplesmente não entendem quando você diz que já chega, que não agüenta mais, não se conformam com a verdade, franca, clara e bruta, da maneira que você possa ter colocado. Então insistem, insistem, insistem, e te prendem pelo emocional, apelam para o seu caráter, eles querem que você vá à exaustão, mas o problema é que você já chegou lá, e a pessoa não percebeu, ou não se conforma!

Gente, aí só tem um jeito: Apelar para o monstro.
Pois é. Uma relação de confiança construída com base na força do seu trabalho, na sua capacidade produtiva, fidelidade e entrega termina destruída por um monstro.
Por que as pessoas não entendem que existem ciclos que devem se encerrar pura e simplesmente?
Eu sei que é difícil encontrar um bom companheiro, um bom amigo, um bom profissional, alguém de confiança, mas quem pode amarrar o outro seja lá ao que for se temos o livre arbítrio?

Sabe o que acontece com algumas pessoas se elas não criam o monstro antes da exaustão? O monstro surge por brotamento, ou seja, em algumas pessoas ele nem precisa ser inventado, aparece naturalmente no limite de suas forças, como conseqüência da insistência e da total incompreensão seja lá de quem for. A diferença é que esse não é um monstro cínico, dissimulado, mas o monstro desesperado!

E agora, eu preciso decidir se me torno logo o monstro cínico ou se deixo aparecer naturalmente dentro de mim o monstro desesperado...

E para tudo na vida é assim que acontece. Trace um paralelo. E porra! Ainda tem gente que vem me dizer que na vida a gente não pode viver tudo que a gente quer, tem que suportar as coisas, por isso é que está cheio de monstros por aí!
jluizalencar
Enviado por jluizalencar em 29/01/2008
Código do texto: T838378
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