O Tesouro Perdido

Domingo assisti ao filme “A Lenda do Tesouro Perdido 2”, com o consagrado Nicolas Cage (Lindo!), o filme lembra muito o saudoso “Indiana Jones”, cheio de ação, aventura, surpresas. Embora os objetivos do caçador de tesouros Ben Gates (Cage) sejam um pouco mais financeiros do que o politicamente correto Dr. Jones. A receita é um enredo cheio de riscos, onde o grupo de Cage procura pistas em todo o planeta. Bom filme, me fez lembrar a infância; quem nunca sonhou em participar de uma caçada ao tesouro? A maioria das crianças, pelo menos as mais sonhadoras, já criou estas cenas na cabeça.

O ser humano é assim, um verdadeiro caçador de seus sentimentos, garimpando seus sonhos, procurando um grande amor, correndo riscos no trabalho, na vida. Tudo em busca do grande tesouro: a Felicidade. Muitos acreditam que com infinita perseverança irão encontrá-la, outros mais entusiasmados dizem já tê-la encontrado, mas precisam estar constantemente alimentando-a com nostalgia.

A vida, uma procura infinita pelos sonhos, de grandes amores, de grandes riquezas. Sim, busca pelo dinheiro, vou me permitir citar um chavão, pois mesmo que se diga que “dinheiro não traz felicidade, pelo menos ajuda a comprar”. Vivemos nosso mundo sempre em busca de algo, sempre estamos atrás de momentos bons, únicos, que aos poucos irão formando nossa bagagem de lembranças, nossa carga de nostalgia.

Nesta caça ao tesouro muitas vezes ficamos com cara de bobos, como o personagem do filme, um grande arqueólogo, mas com cara de bobo. Essa cara de bobo não é ruim, é boa! Pois mostra uma ingenuidade quase infantil. É tão bom quando nos sentimos assim, leves para o mundo, procurando nosso mundo novo, uma caça constante em busca de nós mesmos, sempre querendo mudar o nosso passado, querendo ter feito as coisas diferentes. Mas por quê? Somos o que somos graças ao nosso passado, mesmo que tenhamos errado, não podemos querer ter feito diferente, se precisamos mudar é a partir de agora, fazer o melhor, mostrar que somos capazes.

Quem de nós nunca desenhou um mapa do tesouro e junto com amigos foi procurá-lo, como se fossem super-heróis, adultos, donos de si. Existem por aí muitos adultos que precisam fazer isso hoje. Libertar-se, correr atrás dos seus ideais, buscar sua cara-metade, concluir a faculdade, mudar de emprego, ampliar seu negócio, enfim, percorrer o seu mapa e encontrar seu próprio tesouro, encontrar a si próprio.

Não é errado viver uma busca constante, errado é permanecer estático, parado, no mesmo lugar, esperando que a vida passe, que o mundo nos acene com a mão. Não podemos ficar pendurados na corda bamba, esperando que o trem, das sete, das onze (lembrando Raul e Adoniram), pare, nos espere embarcar e nos leve.

Temos que trazer o mundo para nós, trazer este tesouro até nós, olhar as estrelas e ver que o tesouro não está longe, que faltam somente trinta, quarenta, cinqüenta passos, às vezes pode ser mais longe, um, dois, cinco anos. Mas o que importa? Se ele vai nos trazer felicidade, vai nos fazer rir, chorar, emocionar.

O que importa é que tudo isto tem que fazer sentido, tem que ser verdadeiro lúcido e, principalmente, autêntico. Você deve estar pensando, “qual é o tesouro que estou procurando?”. Isso mesmo! Olhe na direção dele e siga, comece agora, não deixe para amanhã. O lúdico faz parte de nossas vidas, devemos nos permitir ser mais tolerantes.

Quando encontrarmos nosso tesouro, saberemos que a busca fazia sentindo, que nada foi por acaso. A frase "Deus escreve certo por linhas tortas" é na verdade o caminho que fizemos, e conquistamos nossa grande vitória, por mais que durante essa busca os caminhos sejam desviados, não podemos desistir jamais.

Taís H
Enviado por Taís H em 29/01/2008
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