CARNE-AVAL

Lendo uma crônica de uma colega do RL deparei com o recente tema chamado Carnaval. Para não me referir à palavra originária, achei um título mais sugestivo e dentro de minha visão do que significa a folia do Rei Momo.

O título em questão está ligado à carne (corpo) e à liberdade que as pessoas têm para se divertir nesses quatro dias, recebendo o aval da sociedade para poderem exibir os corpos exuberantes que as modelos dispõem sobre um opulento aparato escultural.

É no carnaval que vivenciamos a grande evolução de nossa sociedade no que diz respeito aos costumes e aos tabus que há muito tempo deixaram de existir, quando o corpo era uma cortina de cetim que escondia o segredo de cada uma das beldades, descortinando a pureza através de verdadeiros martírios para os homens que em certos casos eram obrigados a casar para poder desfrutar dos prazeres que um corpo bonito poderia ocasionar.

Hoje, essa figura obsoleta da puberdade e da virgindade já não figura mais dentro dos requisitos exigidos para uma boa união, bastando que o casal se veja integralmente jungido de todos os seus pudores, antes mesmos dos nubentes atrelarem, definitivamente, a sua concordância com a vida regrada do casamento. Os canais de comunicação em massa são obrigados a falar de sexo de relacionamentos amorosos por uma imposição natural, já que as doenças permeiam as relações íntimas, não permitindo que as pessoas se entreguem ao desfrutar de uma relação sem causa, considerando que o descuido ante a sofreguidão do ato em si pode gerar profundos arrependimentos.

No carnaval a regra não pode ser esquecida e deixada ao sabor de uma justificativa tardia que sempre é relatada pelo mais afoitos, que tentam justificar o seu desatino em razão do extasiamento e da ebulição dos hormônios, cujo ato inconseqüente pode gerar contágios irreparáveis sobre o ponto de vista médico.

O cruel disso tudo é que estamos num estágio primário no que diz respeito à cultura de nossa população jovem, pois a cada reportagem que se vê na mídia sobre os relacionamentos sexuais dos adolescentes, a grande maioria ainda deixa de usar preservativos, ocasionando nascimentos prematuros e numa escala mais dramática, contaminando-se com doenças infecto-contagiosas que depois são repassadas numa corrente contínua, dissiminando com tanta intensidade que um só contaminado é capaz de gerar vários outros contágios.

Mas as estatísticas não se fixam apenas na população jovem, pois a literatura médica tem demonstrado que as doenças dessa natureza tem evoluído drasticamente na população um pouco mais velha, mostrando casos de mulheres que são contaminadas por maridos infiés etc. etc.

Não há dúvida que o problema aumenta nesta época do ano em razão das pessoas estarem mais receptivas para o sexo, pois o carnaval, conforme espefiquei no título acima é uma diversão essencialmente sensual, onde as mulheres mostram mais o corpo e os homens ficam mais atiçados no que diz respeito è sedimentação da libido.

Assim, o homem moderno deve ser aquele que pratica o sexo com responsabilidade, levando-o a sair de seu trono de altivez excessiva, que sempre o levou a burlar a razão para satisfazer a emoção. Para muitos homens a relação monogâmica é cruel e quase impossível de ser assimilada. No entanto, os tempos nos levam a repensar sobre todos esses princípios, porque a meu ver é o úncio meio de evitar o uso de camisinhas etc. etc.

Quem insiste em sair por aí procurando um relacionamento liberal e sem compromisso deve ter em mente que isto lhe custará um pequeno sacrifício, pois a todo momento deve interromper o 'ato' para vestir aquele uniforme Universal, que nestes tempos deve ser bem colorido e florido, para se tornar um ato compatível com as festas de Carnaval.

No mais, bom carnaval para todos os leitores do RL.

Machadinho
Enviado por Machadinho em 29/01/2008
Código do texto: T837208