Jeito meiguiceiro

Nem mesmo 2007 se foi e a gente já vê na face do povo o jeito meiguiceiro confundindo ressaca com preguiça. O mais importante de tudo é que não nos esqueçamos de realizar as tarefas urgentes requeridas pela cidadania que ostentamos. O efeito estufa está aí em nossa porta, matando e destruindo. É hora de arregaçarmos as mangas e irmos à luta. A propatia do mal maior já chegou aos nossos olhos e aos nossos corações. No cimeiro de tudo isso, haveremos de encontrar as soluções adequadas e construirmos então um final resplendoroso.

A sociedade, ou melhor, a maioria de sua juventude tem se comportado mais dionisiacamente do que mesmo apolineamente. As festas, os exageros, os comportamentos anárquicos ou quase isso têm sido o andor de tudo o que se festeja. Chega-se a ver um comportamento supuratório , resultado dos grandes excessos. A reslumbrância apolínea entre os nossos jovens não mais se vê. É uma pena que o pensar, o reflitir estejam sendo atitudes sobrevivedoras em rítmos extíncionais. Nosso jovem tem festejado muito e pensado pouco.

Cabe a nós, formadores de opinião, coarmos o lodo da água que deve ser bebida e reconduzirmos boa parte desse retrocesso todo. Entregar apenas ao governo as soluções desses problemas é desfazermos. Nossos passos dados serão importantes. Os mais velhos devem agir como guias reais para essa turma jovem, geneticamente privilegiada e socialmente ainda desencaminhada. Também pudera, faltam-lhe tantas coisas que, por nossas culpas, foram deixadas para trás, que cobrar-lhe mais seria até injusto.

No cerne de nossa sociedade há um outro efeito estufa, talvez de igual magnitude que aquele outro já conhecido por muitos. Enxergo o efeito-estufa ! A ignorância e o despreparo de forma geral têm sido carregados pela falta de Educação e Cultura. Estamos mergulhados na geração shopping-center, do êxtase, das ciberentregas emocionais. Compromisso que é bom anda longe do fluxo de realidades sociais desses rapazes. O jovem quer divertir-se e muito, mesmo que para isso tenha que subtrair bens alheios,cercear outras liberdades, fazer o que não lhe parece confuso mas o é.

Se voltarmos para o ínicio desta crônica, poderemos entender que por trás desses rostos meiguiceiros não se esconde qualquer reverberação carinhosa de um estado de espírito, mas o retrato de um cansaço físico dado pelos excessos de quase tudo. Os limites modernos se confundem com os seus próprios deslimites.

E entre Baco e Apolo, vamos continuando a descobrir festas e fanfarras, caminhos e descaminhos, o belo e o fantasiado.

Deixemos então que a luz ultrapasse a vidraça, reluza bela, mas sem nos encandear. Há um outro belo a ser tecido por todos nós. Para isso ser-nos-á necessário reconstruir parte importante do nosso passado, refazer estradas e chegarmos até o cimeiro de uma rica planície de idéias revisitadas pelo vigor e pelo zelo do que realmente pode dar certo. Reconstruir e com amor e coragem é o indicador de agora para um futuro mais equilibrado para todos nós e sem demonstrarmos, as nossas faces de meigueiros dos finais de festa!