Um Centenário de Glórias
De você, querida e velha A. A. Ponte Preta, não poderia deixar de escrever alguma coisa neste teu centenário de fundação. Como todo ponte-pretano, o nosso amor vem de muito tempo e, desde garoto, aprendi a gostar e a admirar você, velha amiga e companheira de muitas jornadas. Muitas alegres, outras tristes, mas sempre estivemos juntos.
Tudo começou ai por volta de 1944. Meu pai me levou para assistir Campinas x Ponte Preta, no campo do hipódromo campineiro. Naquele dia eu vi desfilarem grandes jogadores de ambos os lados, e que guardei na memória. Do Campinas: Tuca, Ferrinho, Pereira, Gambeta, Carabina; e da Ponte: Serafim, Emílio, Rodrigues, Carretel, Alvico, Tatias, Nardinho, Armandinho. O resultado do jogo não me lembro. Só sei que a partir daquela tarde você levou meu coração, querida Macaca.
Depois, um pouco mais crescido, passei a assistir sozinho, sem a companhia do meu pai, aos seus jogos. Assisti em 1949 um dos primeiros jogos internacionais da Ponte: Ponte Preta 2 x 2 Rapid de Viena. Grande dia para todos nós pois o time austríaco era um dos melhores da Europa. Com 2 gols de Reis, um ponta direita que a Ponte comprou do Rio Branco de Americana, os heróis daquele dia foram: Fia, Alcides e Stalingrado; Nego, Gaspar e Rodrigues; Reis, Bruninho, Servílio, Édson e Oliveira.
Vi, e guardei na memória, grandes craques vestindo a gloriosa camisa alvi-negra. Nomes que honraram as suas origens como Damião, Cilas, Bélem, Birigui, Edgar, Carnaça. Depois vieram outros que mesmo não sendo formados pela Ponte, sempre se orgulharam de vestir a sua camisa, como Ciasca, Andú, Derém, Raul Dias, Renê Cabrera, Manuelito, Careca, Rovério, Cação, Pirani, Moacir, Lelé, Lauro, Lanzoninho, Izaldo, Noca, Friaça, Gatão, Nininho, Bibe, Carlito Roberto, Valdir, Baltazar, Arlindo, Naninho, Jansem, e muitos outros.
Devo fazer uma saudação especial a Jujú, um médio direito do Taubaté, que a Ponte contratou era um dos melhores do Brasil, mas que apenas deve ter jogado um a dois jogos na Ponte Preta, pois quando viajava de Taubaté a Campinas, foi vítima de um acidente fatal. Também não se pode deixar de lembrar de Pitico, que com tanto amor vestiu a camisa da Ponte.
Não posso esquecer Sabará e Atis, duas grandes revelações nossas, cujos nomes levaram a bandeira da Ponte fora de nossas fronteiras com as camisas de Vasco, Fluminense, Portuguesa de Desportos, mas por baixo, sempre estava um coração ponte-pretano.
Bem meus amigos, eu falei um pouco da minha Ponte de antigamente, pois a Ponte Preta mais moderna, é do conhecimento de todos, e será eterna. Nós passaremos mas a “Nega Véia” continuará o seu grande destino.
Salve o seu Primeiro Centenário.
11 de agosto de 2000