Mortos oníricos e a presença do mar

À medida que estabelecemos certo conforto sentimos o dilema da transitoriedade com maior humanismo. Compensação curiosa. Na dificuldade distraímos o absurdo pelo absurdo das conquistas materiais. No lugar colocamos crenças e superstições como indício poético da fuga central: a morte. O desaparecimento de toda animação. O fim da delicadeza. O impacto brutal. O começo da espantosa solidão. Solidão em face da magnífica profundidade do vazio.

Hoje retorno do mar e suas ondas provocam em mim sonhos com um número maior de fisionomias. Meus mortos oníricos guardam a mesma serenidade de um objeto impassível.