Deus é esperança, é desejo, é ilusão!
Deus é esperança, é desejo, é ilusão!
Em meio às cerimônias mais belas e emocionantes do Cristianismo, a Semana Santa, hoje Lava Pés, gosto muito da de ontem, Verônica oferece ao Senhor Jesus o véu e Ele, que não podia mais se livrar do Cálice, limpa, da face, o sangue onipresente da salvação!
A sensibilidade do momento, a beleza e dor de exaltar figura tão representativa da existência humana, em todas e quaisquer dimensões da sua existência, talvez, não posso afirmar, fez meus amigos Cristãos indagar sobre a minha crença em Deus.
Não posso negar responder...
Não lembro bem, possivelmente com a maturidade, deixei de preocupar com a existência ou não de Deus. Na meninice fiz pedidos não tão absurdos, depois na adolescência tentei coisas possíveis. Pouco a pouco fui entendendo, cada qual é responsável pela construção do sentido da sua vida e deverá busca-lo com afinco, ainda que acrescente ao processo a crença em Deus.
Desde então, penso não na existência em Deus, mas o quanto a crença na existência em Deus é positiva, construtiva para a função civilizatória, a realização da cultura e de projetos de vidas pessoais, além de amparo à fragilidade da constituição biológica humana.
Sei lá porque razões, quase como se fosse hoje, em meio a tanto avanço tecnológico e de proteção pessoal, ainda assim, os bebes humanos e seus pais, sentem com relação à eles e eles próprios tão desamparados que buscam amparo em parafernálias, que nada protegem, só mesmo o olhar materno miraculoso!
Voltando, me perdoem os estudiosos da idade da terra, a mais de mil anos atrás, não existiam babás eletrônicas, nem mamadeiras, possivelmente a criaturinha humana seria tal qual um papagaio, hoje em dia, tomado dos traficantes de aves exóticas, todas elas necessitando de alguma alma piedosa para deles cuidar...
A alma piedosa que cuida da criatura humana, desde sempre desamparada, é Deus: por isso mesmo: esperança, desejo, ilusão!