Ouvir Estrelas - BVIW
“Ora (direis) ouvir estrelas”, principia o conhecido soneto de Olavo Bilac. E o poeta escancara sua janela para ouvi-las.
Pois eu, dias há em que nem as estrelas quero ouvir. Mesmo que elas apenas sussurrem. São momentos em que necessito de absoluto silêncio. Ao contrário do poeta, fecho portas e janelas. Exagero? Talvez. Mas, somente em meio ao silêncio é que consigo escutar a voz da minha alma. E é preciso que ouçamos nossa alma, para não nos perdermos no burburinho atual, de cliques e toques trazendo mensagens urgentes ou não tanto; ruídos que nos impedem de, em paz e sossego, mergulhar nas profundezas do nosso eu e de lá retirar a reflexão e a energia necessárias para enfrentar o complexo cotidiano com garbo e elegância.
Depois, e só depois, poderei ouvir estrelas...
Lu Narbot
Tema Livre - Crônica