Juíz de causa própria
As vezes temos que ser o juiz, o júri e o executor, pois é complexo aguardar a sentença pela balança da justiça. Um lado sempre pesa mais do que o outro devido a impunidade de quem detém o poder. A justiça não é imparcial quando se tem um país tão desigual, e o direito é uma prerrogativa do grupo econômico. E como se não bastasse essa condição, o elo por afinidade grita mais alto. Neste contexto, o indivíduo fora do mapa ou sobrevivente à margem social nunca terá vez. Estará fadado a uma vida de migalhas. E assim, a humanidade escravizada pelo silêncio segue o fluxo da injustiça. Entretanto, o despertar tímido tem se mostrado eficaz quando esse indivíduo toma consciência de que, ele também é parte integrante da vida e merece um tantinho do olhar de Deus. O problema é que Deus tem muitos filhos para assistir, e se o indivíduo não for aguerrido por natureza, e tampouco resiliente, vai florescer no cemitério da esperança. Nesse sentido, faz-se necessário ter uma inclinação insurgente, tomar as rédeas do destino e mudar o curso da história.