FUNÇÃO FÁTICA

Sinal fechado

Vidro fechado

Carro blindado

Parado no sinal

Do outro lado

Pela fresta

Da janela semi-aberta

Ergue-se um polegar.

-Beleza!

-Quanto tempo!

-Qual seu e-mail?

-Entre entre no site

-Com que nome?

-Com meu apelido de escola

-Te vejo na internet

- Até logo!

- Até logar

.........

FUNÇÃO FÁTICA II

(Prosa do cotitidano)

Fecha o sinal. Sinval vê seu pai

- Como vai?

- Quanto tempo!

- É tempo, que não tenho

O pai fecha o cenho, Sinval, o ouvido...

- Sua mãe morreu!

- Não fiquei sabendo

- Que pena!

- E tia Helena?

- Há muito tempo jaz

- Olhe o sinal verde! Abriu...

- Prefiro o branco da paz

Sinval apenas acena

O pai balança a mão, solta a direção e invade contramão.

Jaz... aconteceu a colisão!

Embalado num caixão vai o pai de Sinval

Levado ao Jardim da Paz.

...

NA

Por causa do texto FUNÇÃO FÁTICA que postamos, alguns leitores têm procurado maior aprofundamento nesta e noutras funções da linguagem. Ei-las com as respectivas definições. Mas vejamos primeiro, os elementos da comunicação:

• emissor - emite, codifica a mensagem

• receptor - recebe, decodifica a mensagem

• mensagem - conteúdo transmitido pelo emissor

• código - conjunto de signos usado na transmissão e recepção da mensagem

• referente - contexto relacionado a emissor e receptor

• canal - meio pelo qual circula a mensagem

Função fática

Centralizada no canal, tem como objetivo prolongar ou não o contato com o receptor, ou testar a eficiência do canal. Ocorre nas ligações telefônicas, saudações... nos testes em aparelhagem de som, por exemplo: ALÔ... ALÔ...SOM, SOM, SIM, SIM...JESSUS... JESUS. Já viram como o sonoplasta imposta a voz? Parece um Deus, um super-herói (todos olham para ele). Depois, ele se afasta e o verdadeiro artista dá o show (Isso é só uma piada para ilustrar o assunto)

Função referencial (ou denotativa)

Centralizada no referente, quando o emissor procura oferecer informações da realidade. Objetiva, direta, denotativa, prevalecendo a 3ª pessoa do singular. Linguagem usada nas notícias de jornal e livros científicos.

Função apelativa (ou conativa)

Centraliza-se no receptor; o emissor procura influenciar o comportamento do receptor. Como o emissor se dirige ao receptor, é comum o uso de tu e você, ou o nome da pessoa, além dos vocativos e imperativo. Usada nos discursos, sermões e propagandas que se dirigem diretamente ao consumidor. As propagandas são campeãs no uso da função apelativa. Bem elaboradas, atraem o ouvinte, um potencial consumidor. Lembram a propaganda de “Tostines”. “Tostines vendem mais porque não fresquinhos e ou são fresquinhos porque vendem mais?!”

Função poética

Centralizada na mensagem, revelando recursos imaginativos criados pelo emissor. Afetiva, sugestiva, conotativa... metafórica. Valoriza as palavras, suas combinações. É a linguagem figurada apresentada em obras literárias, letras de música...

Função metalingüística

Centralizada no código, usa a linguagem para falar dela mesma.(O código falando do próprio código). A poesia que fala da poesia, da sua função e do poeta...

Lembram de Olavo Bilac?

“Última flor do Lácio inculta e bela, eis ao mesmo tempo esplendor e sepultura... (Falava do Latim, uma língua morta, e mãe de tantas outras línguas vivas, por isso, esplendor e sepultura)

Créditos:

<http://www.graudez.com.br> Acesso em 08.04.10