AS ESTAÇÕES E SUAS PECULIARIDADES

“As Estações e suas Peculiaridades”

(Vento Lusitano)

Certa feita, quando minha filha cursava o segundo ano do primário, a professora fez uma pergunta em sala de aula: - “Como vocês sabem quando o inverno está chegando? – Minha filha com disposição de uma criança ativa de pronto respondeu: - “Quando meu pai começa a acordar mais cedo.” A professora amiga de nossa família nos contou a respeito de sua resposta, achamos surpreendente e engraçado, acabamos todos rindo. No entanto, esclareci a professora que a resposta por ela dada, de certa forma, tinha lá suas razões. Explico: Acontece que reconheço até soar estranho, eis que a maioria não gosta de levantar cedo, mas quando o frio bate à porta aqui pelas bandas do sul, eu realmente tenho por costume acordar bem cedo, faço isso desde criança. Penso ser por vários motivos, quem sabe por ter ido dormir mais cedo, ou as lidas com o fogão à lenha que com o frio começa a funcionar, o pinhão na chapa e o café tropeiro. Acordo cedo também para comtemplar a natureza, isso ajuda a começar o dia com gratidão e renovação. O silêncio e a paz do amanhecer organizam meus pensamentos.

Esse assunto veio em tela em face que neste último final de semana, apesar de ainda estarmos em outono, estação que representa a transição entre o verão e o inverno, já foi possível sentir um vento contínuo e frio de origem polar, o popular “vento minuano” que em tupi-guarani significa vento do Sul - corrente de ar frio e seco sopra no sul do Brasil, principalmente no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná -. Ele chegou de mansinho como se estivesse batendo em meu ombro cumprimentando e dizendo: - “E daí companheiro, estou voltando, como estás? – Prepara-te que estou chegando de mansito que é para não assustar, mas logo, muito logo, no inverno, vou vir bem gelado, mas não te apavores você sabe muito bem que não é pra tanto, é só uma brincadeirinha, uma forma figurada de prosear.”

Não restam dúvidas que nós do Sul nos acostumamos com o minuano, gostamos de ouvir seu cantar, o seu assovio. Ele vem de mansinho, varrendo o chão, o capim, só não varre nossos sonhos e nossas saudades.

O início do frio não vem desacompanhado, com ele pelo céu azul vem as baitacas-verde, aves de médio porte, um pouco menor que os papagaios e maior que os periquitos, vem comer os frutos e sementes da região. O pinhão é um fruto muito admirado, quebram a casca com o resistente bico para comer o miolo. Elas fazem muitas algazarras, gritam para se comunicar e chamar a atenção, é um bonito espetáculo.

Tenho muita admiração pela natureza, seus encantos, suas belezas. Penso que todas as estações têm suas peculiaridades, tem suas vantagens e desvantagens, tal qual é a nossa vida, tudo é transitório e que cada fase tem sua própria beleza e propósito. Cada uma delas tem características únicas e propósitos específicos: a primavera nos traz o florescer e a renovação, o verão nos convida à alegria e energia, o outono nos ensina sobre mudanças e desapegos, e o inverno nos leva ao recolhimento e fortalecimento interno. Vivamos a natureza, as estações, elas são obras da Criação Divi na.