Aromática Saudade... BVIW

 

Ao caminhar no jardim, o sutil balançar do pequeno ramalhete de polens no fio de teia da flor de cosmos me hipnotiza; a lembrança das pétalas, ainda mantém sua essência na encantada e frágil ponte, unindo-a ao fino ramo outonal. Admiro essas simbólicas construções: de ferro, madeira ou pedra, ou ainda as frágeis, mas envolventes pontes de teias que, com sua efemeridade, inebriam-me e arrebata-me a inspirar reflexões e bem-vindos devaneios.

 

Qual sensação da música do genial Belchior: “Tudo outra vez”, teço com metafóricas linhas ‘minha rede branca’. E assim, ao deitar em suas tramas, sinto o vento; numa cumplicidade mística entre o amor e a saudade, desenhando ciclos de vida.

 

Continuo caminhando por físicas e etéreas ‘Pontes de Madison’, envolvida por uma aromática saudade, enquanto deixo a manga da tua camisa jeans acariciar minhas lágrimas...

 

. Crônica -Tema livre: com menção a uma música e a um filme.