O COMENTÁRIO

Finalmente “pintou” um tema: O CIRCO. Aí começa a angústia do poeta. O que dizer a respeito do circo? Felizmente o assunto é rico em opções, há muitos ângulos a serem abordados neste que é dos mais antigos e mais diversificados ambientes, onde a arte se mostra em sua forma mais pura e natural. Pena que, com tantas outras formas de lazer hoje existentes, o circo passe por sérias dificuldades no enfrentamento da forte concorrência.

A mente do poeta entra em parafuso escolhendo enfoque, palavras, rimas. O começo, o primeiro verso, é o mais difícil. Uma vez criado, começa a preocupação com a contagem das sílabas métricas (a tal escansão). Se tivermos sorte e persistência, minutos (ou horas) depois o poema está pronto (no caso um soneto). Agora é só postar e ver se nossa expectativa de que alguém goste se concretiza. Imaginem o prazer quando horas depois, encontramos um comentário como este:

“Para o poema O CIRCO: Boa tarde, querido poeta Jota Garcia! Como vai?... Então, o circo!...E essa sua tão sábia e bela e fluente e doce e simples forma de expressar temas ricos que só uma longa vida na poesia pode proporcionar!...Em tempo: sou seu fã!... Mas, voltando ao circo, que saudade boa me veio ao ler o poema! Não sou acadêmico na matéria de ensinar artes. Pelo contrário, são elas que tentam pacientemente me ensinar. Mas vejo o circo, junto com o teatro, como a forma mais pura de um artista manifestar seu talento. Em ambos, pelo menos por enquanto, a ferramenta é o ensaio. Não tem playback, nem cortes de câmera, nem edição, etc... (Nem rascunhos, nobres colegas poetas!... rs) Diferente da internet e disso que se dá através dela e que, até, chamam de arte...o artista de circo e de teatro, lidam com os olhos reais de quem o assiste. Sem interferência externa, nessa mágica conexão artista-arte-espectador. Mais uma vez, parabéns e muito obrigado pela dádiva de saborear poesia de verdade! Abraço! Ft - TORRE TRÊS”.

Para quem ainda não leu:

O CIRCO

Por traz do pancake, não dá pra perceber

Que há uma ruga de preocupação.

Os artistas reclamam por não receber.

E já há problemas na alimentação.

O público rareia em comparecer,

Procuram bares, cinemas, televisão.

São tantas opções do que há para ver,

Que os circos da nossa infância ficam na mão.

Quando o velho palhaço repete as piadas,

Já não se ouvem gargalhadas na geral.

São as mesmas que, de tantas vezes contadas,

Não surpreendem, já sabemos o final.

Está na hora do circo mudar de cidade,

De enfrentar a trabalheira da mudança,

Que já está no sangue daquela entidade,

Tão normal e tão natural que já não cansa.

Jota Garcia
Enviado por Jota Garcia em 27/03/2025
Reeditado em 27/03/2025
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