O caolho
Imagine-se aí um indivíduo que, por já ter (es)barrado-se n'outros muito menos sensíveis e educados, machões de carteirinha, de classe média ou não, torcedores do Corinthians ou do Palmeiras muy provavelmente (assim como do Flamengo ou do Fluminense), mas brasileiros, descendentes de japoneses ou não (bem como de italianos ou alemães), mas nascidos aqui por excelência, a votar secretamente na Internet para que se exterminasse um casal de lésbicas que tornava indigesto o manjar da mãe socióloga e do pai advogado...
Imagine-se, pois, aí este mesmo pobre-diabo (– E não refiro-me ao advogado, hein?!), (diria, já fora dos padrões por simplesmente ser) meio pardo, um tanto quanto reservado, mas ligeiramente inclinado a escândalos, e já a vir de um processo por haver xingado o pai político de um corinthiano...
O mesmo que, por já se ter (es)barrado com boas peças como essas (– Fora algumas sociólogas e advogados, é claro...), é sumariamente, às portas de um grande shopping, barrado por um segurança que não cumpriu com o seus deveres maritais na noite anterior, e que (por coincidência ou não, ó Destino:) pega logo nome de "corno"...
E imagine-se, por fim, e para alívio geral, o empurrão e a queda, logo seguida por um misto de asco e riso: Era o emo, além de caolho, careca.
a 13-08-07