a Propósito

Adoro finais de novela; principalmente as mexicanas (produzidas aqui ou não)! E obviamente não por ser noveleiro, mas por gostar de ver o chato que não assistiu a um capítulo sequer parar, quem sabe, na mesa de um restaurante familiar pra ficar perturbando/ perguntando à mãe ou a um fã (- Já discorrerei sobre este fã, O.K.? Prometo.) sobre o porquê disso ou daquilo outro!

Afora a repetida receita que, desde os anos 80, o povo não cansa de engolir: Quem matou fulano ou quem matou sicrano?

Tudo bem que eu até admire o modo pelo qual se (pro)ponha o autor a desfiar a sua trama: Ao bel-prazer de quem assiste!

Mudar o rumo de inúmeras histórias que se entrelacem não é fácil. E isto eu admiro, sim. Pois é como se o senhor aí sentado e muito bem sentado, crítico de (nascimento e) carteirinha, em uma festa começasse a tocar samba com sua banda e, de uma hora pra outra, correria, troca de instrumentos, finalizasse esta hora e quarenta minutos com uma sonata!

O pior é que à vida real em geral se insiste em tascar um happy end com chuvas de arroz!

Mas (pelo menos quanto a isso) o povo deixou de ser besta (ou masoquista): Prefere ao bandido engravatado a fazer par com uma prostituta (que, na verdade, é gente boa) ao velho bom moço com sua amada insossa!

Sem contar os triângulos amorosos (contanto que sejam entre pessoas bonitas) n'outras novelinhas por aí que se chamam "reality shows".

Mas a nação tupiniquim é ainda preconceituosa por demais! Pois ou embaça ou expurga (de vez) um casal que não é tão jovem e belo – por que não dizer?!

E agora, o mesmo leitor crítico tem a obrigação de se perguntar: "Mas este filho de uma puta não escreveu que não era...?!" E antes que me xingue de outro nome o elemento, eu dignamente me defendo:

– Meu caro, há revistas; há, por ventura, quem as compre e há ouvidos até abusados, é bem verdade, mas em nada desatentos em uma parada de ônibus!

Bom, e como havia prometido(?), esta crônica há-de findar-se com o acabrunhado fã de uma gatíssima gaúcha que (fazer o quê?) terminou confundindo o papel com a vida amorosa...

Ora, se o povo mesmo confunde, imagine quem de leve insere a sua língua em um daqueles beijos tão famosos e técnicos? Já pensou?

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Então, se a resposta for "sim", o gentil leitor, já compadre meu, por Deus, me dará licença!

a 01º de Outubro de 2007