1741313.png

Em cima: Tia Carmen, Tia Magda, Sonia, minha mãe, Tio Fábio.

Em baixo: Meu avô Juquita, minha avó Aracy, minha bisavó Domitila, Tio Isaias.

So faltou meu tio Flávio que estava na Guerra, na Itália.

 

1741314.png

 

Outro dia, ao abrir uma caixa de fotos, senti saudade da minha mãe em uma foto antiga de familia. Essa saudade que chega de repente, trazendo lembranças, palavras e momentos como um filme passando diante dos olhos. Parece que, ao olhar para esses rostos, minha memória abriu um baú cheio de sentimentos, lembranças e reflexões. Minha mãe, meus avós, meus tios… todos ali, congelados no tempo, mas vivos dentro de mim.

É bonito perceber como essas imagens antigas têm o poder de nos transportar, quase como se pudéssemos ouvir as vozes, sentir os abraços e reviver momentos.

 

Olhei o rosto de minha mãe e, então, vem aqueles pensamentos: “deveria ter feito isso”, “por que não falei aquilo”? Dá vontade de voltar no tempo para consertar o que a juventude não soube valorizar. A maturidade chega tarde, mas a saudade sempre chega cedo.

Quando jovens, pensamos apenas em nós. Acusamos a geração atual de egoísmo, mas será que fomos diferentes? Quantas vezes nossas mães esperaram por uma palavra, um telefonema?

Lembro-me dos sábados em que meu pai exigia a família reunida ao meio-dia. Eu queria dormir até mais tarde, passear sem pressa pela cidade. Hoje, daria qualquer coisa para voltar àquela mesa, onde o tempo parecia infinito e a família estava completa. As comidas deliciosas de minha mãe, as sobremesas sempre esperadas, os risos, as conversas.

 

Ontem foi aniversário do meu avô. Seu apelido era Juquita, e ele tinha os abraços mais gostosos e carinhosos do mundo. Nessa foto está ele e minha avó,  todos os filhos e minha bisavó. Olhei para a carinha dos meus avós e senti uma saudade tão grande deles! A saudade é a prova do que foi verdadeiro. Que pena perceber isso tão tarde! Mas talvez seja assim para aprendermos que o presente é o único tempo que temos.

 

Ainda podemos valorizar os abraços, as vozes, os encontros que ainda existem. Um dia, seremos apenas lembranças em uma foto antiga, como essa. Que ao menos sejam recordações cheias de amor, e que em algum lugar exista um par de olhos - como os meus - para ver e sentir saudade.

 

1741317.png

Mary Fioratti
Enviado por Mary Fioratti em 20/03/2025
Reeditado em 20/03/2025
Código do texto: T8290237
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2025. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.