"A LUZ E A ESCURIDÃO" Crônica de: Flávio Cavalcante

A LUZ E A ESCURIDÃO

Crônica de:

Flávio Cavalcante

A vida, em sua essência, é um equilíbrio constante entre luz e escuridão, entre o bem-estar e o mal-estar, entre o otimismo e a negatividade. No meio desse equilíbrio, nos deparamos com pessoas que parecem viver cercadas por uma nuvem sombria, carregando consigo um mal-estar que não se explica apenas pelos desafios da vida.

Essas pessoas mal-humoradas e amarguradas não enxergam a vida com os olhos da gratidão, mas sim com o filtro da insatisfação constante. Não importa o quão bom ou belo seja o dia, elas encontram motivo para reclamar, para criticar e, pior, para tirar a paz de quem está à sua volta.

Viver próximo de alguém assim é como estar diante de uma lâmpada que aos poucos perde sua força, sendo drenada por essa escuridão. Não é só o mal humor que incomoda, é a capacidade de transformar cada momento em algo carregado de tensão, como se a alegria fosse uma ofensa e o bom humor, uma provocação. Essas pessoas sugam a energia dos que, por natureza, buscam a paz e a serenidade. Elas, muitas vezes, não se dão conta do impacto que têm sobre os outros. Para elas, a vida é naturalmente cinzenta, e qualquer tentativa de trazer cor e luz parece fora de lugar.

Por outro lado, há aqueles que são a própria luz. São pessoas que, mesmo diante das adversidades, escolhem ver o lado bom das coisas, manter a cabeça erguida e espalhar alegria. Essas pessoas vivem em paz consigo mesmas, e essa paz contagia. Onde elas passam, deixam um rastro de serenidade. Sua presença é um alívio em um mundo cheio de tensões, porque elas entendem que a vida, apesar de difícil, é repleta de momentos pelos quais vale a pena sorrir.

O problema surge quando essas duas energias, luz e escuridão, se encontram. A convivência entre pessoas que vivem em paz e aquelas que preferem a escuridão é sempre um desafio. Os que caminham na luz precisam aprender a proteger sua paz, porque aqueles que vivem na sombra nem sempre têm consciência do mal que causam. Eles não querem apenas compartilhar suas angústias, querem também arrastar os outros para o mesmo abismo de negatividade.

A grande lição, talvez, esteja em saber dosar essa convivência. Não é sempre possível evitar a escuridão, mas é essencial não deixar que ela consuma a nossa luz. Afinal, cada um é responsável por seu próprio brilho, por sua própria paz. Manter-se longe da negatividade é um ato de autocuidado, e proteger nossa luz é um dever que temos, primeiramente, conosco. Assim, podemos continuar sendo faróis em um mundo que, muitas vezes, tende a se perder na escuridão.

Flávio Cavalcante

Flavio Cavalcante
Enviado por Flavio Cavalcante em 16/03/2025
Código do texto: T8287059
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