De ponto em ponto - BVIW
Tema: Ponto de ônibus
Desde que me mudei para o interior, em 1996, não usei mais o transporte público. Mas durante muitos anos, morando em Belo Horizonte, esse era o principal meio de transporte no dia a dia. A primeira vez que percebi que tinha miopia, foi quando não consegui ver à distância a placa dos ônibus naquele ponto da Avenida Amazonas com Espírito Santo. Foi daí que procurei o oftalmologista, o saudoso Dr. Eduardo Queiroz. Já aconteceu de pegar o ônibus errado para a faculdade Mewton de Paiva, indo parar na Católica. Era um dia de prova e quase morri ao perceber o lapso. Era tão automático pegar o ônibus e me debruçar sobre os livros que não me dei conta do erro, até chegar no destino errado, Nossa Senhora, que aperto! Numa outra vez, eu e minha amiga Perci fomos assaltadas num ponto de ônibus. Íamos na Universidade Federal nos inscrever. O “pivete” levou o cordão de ouro da Perci, deixando a marca das unhas no pescoço dela. Choramos, as duas, de susto e de raiva! Esse ser, mais bicho que gente, nos impediu de tentarmos o vestibular na Federal, porque depois do roubo, desistimos de continuar a via sacra…
Já aconteceu de sair correndo atrás de ônibus, de chorar de raiva por perder algum e saber que iria esperar mais de meia hora um outro. Já aconteceu de ajudar uma grávida ou uma idosa.
Muitas histórias renderam, para quem viveu de ponto em ponto de ônibus, indo de casa para o trabalho ou faculdade. Uma peleja que não deixou saudades!