O Último Itinerário

Na manhã de qualquer dia em Florianópolis, levantava cedo e com dois toques batia no quarto do meu filho Arthur. Ele já acordado levantava e passava sua roupa e tomava banho, enquanto eu colocava o pó do café na cafeteira, passava manteiga no pão e o punha na torradeira, batia no liquidificador a bananada, fritava na água o ovo com tomate e oregano, que ele comia sem reclamar, cortava pedaços de frutas pra eles levarem na vasilha de vidro ou de plástico e depois me assentava no assento da mesa com um, único vaso de flores do local a enfeitar a espera da filha, Marilia sair da rede pra tomar o seu banho,  se arrumar e vir a mesa, pra ambos juntamente com Arthur  tomarmos o café.

Após essa refeição, com a minha filha, Marília desciamos a ladeira até o asfalto, passavamos em frente a primeira parada,  que o meu filho, em pouco tempo, também esperaria o ônibus passar.

Seguíamos a dobrar a esquerda da segunda rua e a esquerda continuavamos pra pegar a principal. Passavamos pela padaria e pelo super doce,  passavamos por outra parada, desciamos a direita da estrada,  atravessavamos a rua na faixa de pedestre,  dobravamos a esquerda passando por um bar, depois a direita, atravessavamos nova faixa de pedestre e seguiamos até a loja, com a alcunha de Rafas, concerto de celulares, que ficava  em frente a uma farmácia e lá,  onde a minha filha trabalhava, a esperava desligar o alarme, abrir o cadeado e a porta de vidro,  separar as trancas e a grade pra abrir a porta do lado esquerdo.

Cumprido esse rito a deixava com um beijo na testa pra iniciar o seu dia.

Voltando às pressas, as vezes pelo lado da farmácia ou por onde vínhamos anteriormente,  pra tentar chegar a tempo na primeira parada, próximo da rua onde eles moravam pra também me despedir do meu filho, que ali esperava o lotação.

Quando chegava atrasado,   o acompanhava olhando-o passar do outro lado da janela ou erguia o braço pra falar com ele e desejar um bom dia.

No começo da tarde, lá pelas 13 e 50 quando não atrasava,  eu descia  sozinho a ladeira e ia buscar minha filha lá na Rafas. Um dia, pra quebrar a rotina passamos na sorveteira  e vínhamos conversando sob o sol de Floripa ate chegar de volta em casa. E esperar as horas correrem pra ver o jovem, Arthur retornar cansado do seu trabalho. Pra gente  ao fim do dia juntos tomarmos qualquer coisa pra amenizar o calor , vendo o sol se pôr ouvindo os pássaros cantarem ao redor,   em sussuro, que a noite  já anunciava o fim do dia.