Veneno

Pote de barro na cozinha ,cheirando a lenha.

O bule à espera da chaleira...vazio de água e de café.

Carne defumando no beiral.

E a fome ressecando barriguinhas nuas,

Desprovidas de qualquer nutriente... só vento.

A farinha foi toda no café ralo.

Um chicote dependurado num prego pende da parede escorrida de barro da chuva.

Corte de cana, mãos calejadas, mente enfraquecida.

Já vai alto o sol , mas a chuva se atrasou...

Bentinho, de chapéu em punho, caminha no desassossego da estrada empoeirada e sofrida.

GARDÊNIA SP 22/1/2008

Gardênia
Enviado por Gardênia em 22/01/2008
Reeditado em 11/03/2021
Código do texto: T827781
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.