OURO
Ouro! O maior produtor da inveja e do odio. Gera a ambição, lança a discordia no seio da pobre e fraca alma humana. Essa mentira doirada e mefistofelica, tem sido desde os tempos mais remotos, a causa das guerras, das conquistas desenfreadas e toda serie de maldades, que os homens cheios de ambição, ofuscados por essas cintilações falazes cometem, indo aos mais tremendos desvarios. Pela ambição do ouro, quantos desgraçados não sucumbiram roidos de febre e depauperamento, nos garimpos dos sertões. Na loucura de ver saltar a pepita loira das aguas, esqueciam todo martirio das caminhadas, iam ao sacrificio extremo da propria vida. Falava mais alto, o amor cego aos prazeres que o metal oferecia. Nada teme, o ser obsecado pela ambição. "É o mau olhado do ouro" que deixa assim, segundo crendice dos garimpeiros.
O ouro é conhecido desde as epocas mais remotas. Não se pode precisar a data, porquanto, não existe documento historico algum que elucide. De um Faraó da terceira dinastia, devemos a primeira referencia ao precioso metal. Nas epocas primitivas, encontravam-no em estado natural, nas areias procedentes da decomposição de quartzo e varias outras rochas. Do pais lendario de Ofir, é que vinha o ouro, nas epocas hebraicas e egipcias. Depois, só houve maior incentivo na produção ourifera, com a descoberta das minas do Mexico e Peru. Finalmente, o seculo XIX é que marcou a epoca da febre do ouro. Milhares de pessoas emigraram em busca dos Eldorados.
A California em 1849 foi o ponto de atração. Em 1886, o Transvaal, a terra mais aurifera do mundo, era devassada por uma multidão tumultuaria de garimpeiros, vindos de todos os pontos do planeta. E assim, no correr vertiginoso dos seculos, sempre o ouro agindo como fator primordial da ambição. Desde sua descoberta até nossos dias, vem concorrendo para incerder instintos de grandeza e poder nos homens. Ele traz quase sempre consigo, toda a sorte de sentimentos mesquinhos, não raro conduz aos paraxismos da loucura.