"DE BEM COM DEUS, DE BEM COM O DIABO" Crônica de: Flávio Cavalcante
DE BEM COM DEUS, DE BEM COM O DIABO
Crônica de:
Flávio Cavalcante
Dizem que a vida é um jogo de forças: o bem e o mal, Deus e o diabo, luz e escuridão. Mas, no fundo, será que não somos nós mesmos quem escolhemos o que plantar e colher?
Fazer o bem sem olhar a quem é mais do que um ditado bonito – é um modo de existir. Não importa quem esteja do outro lado: amigo ou inimigo, ingrato ou agradecido. O bem é uma estrada de mão única, e quem anda por ela não deve se preocupar com quem vai retribuir ou não. Se fazemos esperando troco, já não estamos fazendo por amor, mas por interesse.
Por outro lado, respeitar o mal é uma sabedoria antiga. Não se trata de se curvar ou aceitar a injustiça, mas de entender que certas batalhas não merecem ser travadas. Pagar o mal com a mesma moeda nos torna iguais a quem nos feriu. E, se nos tornamos iguais a eles, que diferença há entre nós e os que condenamos?
Viver bem consigo mesmo não significa estar sempre certo, mas estar sempre em paz. Significa dormir tranquilo sabendo que nossas ações não foram guiadas pelo ódio, mas pelo amor. Não significa nunca sentir raiva ou indignação, mas saber usá-las sem deixar que nos consumam.
No fim das contas, a melhor forma de estar de bem com Deus e de bem com o diabo é não se prender a rótulos, mas sim à essência. Não precisamos agradar a todos, nem ser santos, nem ser tolos. Precisamos apenas fazer do amor o nosso lar e deixar que o resto encontre seu próprio caminho.
Flávio Cavalcante