Os motivos da agregação

Existem algumas tendências que acompanham a humanidade desde tempos imemoriais. São constantes na história dos povos na sua interminável busca pelo bem.

Uma dessas tendências é a agregação.

Comecemos pela evolução política dos povos grego e itálico. Num passado distante, de que se tem pouca informação, as famílias constituíam unidades sociais autônomas, com sua política e sua economia ditadas pela religião, tendo o "pater familias" como chefe. Os muros das casas não se tocavam, e as cerimônias religiosas eram cobertas de sigilo. Assim, tínhamos nas antigas famílias comunidades independentes e isoladas.

Essa situação perdurou por algum tempo, até a necessidade de colaboração entre as pessoas dar ensejo à formação de estruturas sociais cada vez maiores e mais sofisticadas, até chegar-se à cidade, alguns séculos antes de Cristo.

As cidades, então, passaram a relacionar-se entre si, como exigência natural para sua sobrevivência e seu progresso. Depois de um longo período de existência, essas cidades formaram os Estados nacionais.

E o que vemos hoje? As nações estão se aproximando para a criação de blocos políticos e econômicos, como a União Européia e o Mercosul, para citar apenas dois exemplos mais evidentes.

Então chegamos à ONU (Organização das Nações Unidas). A ONU, apesar de suas deficiências, é o ponto máximo dessa onda milenar de agregação que começou lá atrás, quando as primeiras famílias gregas viram a necessidade de se unirem. E o motivo que uniu as famílias gregas em época longínqua é o mesmo motivo que, hoje, une as nações de todo o globo.

Quem nos indica a causa desse fenômeno é Aristóteles, quando afirma que o homem é um animal político. À cidade, que era o lugar onde as pessoas viviam juntas, davam os gregos o nome de polis, e de polis nos vem a palavra política. Assim, dizer que o homem é um animal político equivale a dizer que é da sua natureza viver em companhia de outros homens.

É óbvia a tendência de ampliação progressiva da rede de relações sociais, e, apesar de vermos freqüentemente focos de separatismo, a história mostra lentamente que o que o homem tem feito é promover a convivência pacífica em termos cada vez mais amplos.

E a Terra está ficando pequena. Um dia, quando existir uma comunidade de galáxias (se é que já não existe...), teremos que enviar embaixadores aos pontos mais afastados do Universo. Então não teremos somente uma união de homens, nem uma união dos homens com formas de vida extraterrestre, mas a materialização da própria idéia de união, numa experiência holística de agregação.