Polarização política e as consequências permanentes no Brasil Parte 2
As consequências causadas pela polarização política afetam de forma grave a capacidade de estabelecer acordos, atinge a produtividade do legislativo, dificulta o trabalho em conjunto e a crença de que as iniciativas vindas de opositores não devem ser apoiadas, mesmo se forem favoráveis à população.
Isso é um dos grandes desafios dentro do governo Lula, visto que a câmara dos deputados por exemplo é recheada de figuras de oposição que desde sua eleição não assumiram seu papel como políticos eleitos, que representam não só seus eleitores, mas a população em geral. Por fazerem parte deste movimento antipetista e da polarização que cresceu por conta deles, dedicam seus cargos para trabalhar de forma articulada com intuito apenas de causar danos. São contrários a projetos sociais, a projetos ligados à educação, à saúde, ao meio ambiente e claro, econômicos. Não bastasse isso, criam narrativas falsas, distorcem falas do presidente, espalham mentiras, produzem pânico na população na intenção de prejudicar o governo Lula. O mais interessante nisso é que ainda assim se consideram patriotas. O brasileiro tornou-se tão dependente desta guerra que criaram Lula X Bolsonaro, que nenhum argumento é capaz de fazê-los repensar. Qualquer tentativa de diálogo, de não concordar com as atitudes de deputados como Nícolas Ferreira, logo a pessoa já te considera um petista de carteirinha. E seguem com o mesmo raciocínio que abriu as portas da estupidez neste país. A mentira sobrepor sobre a verdade se tornou coisa comum, até mesmo para pessoas entendidas, aquelas cujo compara-se o grau de formação e experiência para defender seu posicionamento, mesmo ele sendo antiético e totalmente diferente do que entende-se por patriotismo.
Tentam destruir a democracia, destruir a imagem do governo perante a população, manipulam pessoas e por mais que elas não percebam, é um nítido deboche àqueles que não só acreditam mas também espalham as mentiras. Além do que a viralização destes conteúdos rende muito dinheiro a quem os produz, e isso não lhes causa nenhuma vergonha, porque o mais importante para estas pessoas é que o Brasil não dê certo. Pura e simplesmente por ódio ao presidente e ao seu partido.
Hoje, tudo que acontece de negativo no Brasil é culpa do Lula, mesmo se muitas coisas derem certo, porque assim como a mentira, as coisas negativas dão mais ibope.
A bancada bolsonarista no congresso revela ainda um afastamento significativo da política no que se refere ao seu conceito geral e revela um comportamento extremista, deixando sempre muito claro o papel dos mesmos dentro do Planalto.
Temos um longo caminho pela frente no enfrentamento desta polarização, alavancada desde 2018, e que também rendeu a vitória ao Lula em 2022. Os quatro anos desastrosos de Bolsonaro a frente da presidência do Brasil não foi o único motivo pelo qual Lula foi escolhido pela maioria da população, mais que isso, não nos deram opção, pois o candidato do PT seria o único capaz de tirar o poder da extrema direita, de um presidente que em nenhum momento discursou sobre projetos, seu foco sempre foi atacar o pt, as políticas públicas de Lula voltadas às pessoas mais vulneráveis e focar sempre na elite.
Hoje vivemos as duras e intermináveis consequências desta polarização extrema e violenta, e me pergunto, até quando?
Não há comparações entre a gestão Bolsonaro e de Lula, isso é fato e não precisa ser militante do PT para saber disso, mas se continuarmos vivendo dentro desta bolha de estupidez a qual insistimos em permanecer por ideologia político partidária seremos condenados a passar o resto de nossas vidas em uma batalha onde todos saem perdendo.
Aceitar derrotas faz parte da vida de qualquer pessoa, transformar isso em matéria prima para destruir uma democracia conquistada após tanto sofrimento não é ser antipetista é se voltar contra o próprio país.
O que continua acontecendo e parece permanecerá por tempo indeterminado, já não é mais sobre Lula e Bolsonaro, é sobre o nosso comportamento, nossos princípios morais e acima de tudo nosso caráter.
Desde o surgimento de Bolsonaro dizer não apoiá-lo já é a definição de ser PT, não existe diálogo, não há argumentos, opinião diferente é afronta.
Desta forma não haverá outra saída, se continuar sendo a única forma de derrotá-lo, seja ele ou qualquer outro indicado por ele, assim será.
Vivemos um processo de regresso civilizatório que impressiona, a prova disso está também nas candidaturas a presidente que vem se apresentando, como Pablo Marçal e agora surge o nome de Gusttavo Lima para o pleito de 2026, e o pior, em alta nas pesquisas. Isso só mostra o quão pouco nos importamos com o futuro do Brasil e da grande necessidade de mudança.
Todos têm direito a escolher em quem votar, mas se continuarmos vivendo esta polarização mais uma vez não teremos escolha.