Palavras de cores quentes - BVIW
A arte literária se assemelha à pintura artística. O escritor é um pintor que não usa tintas. Usa palavras quentes, idéias coloridas para atrair toda a beleza possível para sua criação. No outro extremo está o leitor. Somos leitores antes mesmo de aprendermos a ler. Ouvimos estórias bonitas que nos seduzem e ficam gravadas para sempre. Em contato com os livros, o leitor exerce sua liberdade de escolha. Sua viagem começa nas prateleiras, julgando títulos, lendo sinopses, avaliando o bom gosto da capa. Mas o leitor precisa de quê? O leitor precisa do mesmo que precisa uma criança nas estórias que ouve. Precisa do imprevisto, do acesso ao espaço dos sonhos, de uma inquietação inesquecível. Percorrendo os corredores das livrarias, o leitor quer encontrar livros que lhe proporcionem bons momentos e a certeza de que o mergulho na leitura vai lhe trazer acréscimo intelectual, oportunidade de exercício crítico. A positiva expectativa estabalecida não precisa ser plenamente atendida - a visão contrária, o desagrado promovem o crescimento crítico do leitor. Ingrediente indispensável é o brilho que uma palavra traz quando empregada no momento certo, quando estabelece uma conexão de destaque com o contexto. As palavras de efeito dão um colorido especial: simplicidade na hora certa, sofisticação na medida exata. A pertinência vocabular potencializa o estilo, o conjunto das idéias oferecidas pelo escritor. Ao final o que se pretende ver é um quadro de diferentes matizes que se harmonizem, trazendo aos olhos do autor e do leitor um outro ingrediente muito apreciado: a originalidade.
Tema proposto: O leitor precisa de quê?