Relembrar

Não sei se vale apena fazer o que estou fazendo.

Relembrar o passado amargo é sofrer duas vezes. O fato é que não é só o amargo que relembro. Na verdade meu querer é relembrar só a parte alegre. Mas ao repassar nossa conversa gravada, dou de cara com o triste. E aí penso: Será que vale apena estar relembrando você?

Quantos do seu tipo serão que existem por aí? Ou será que você é único?

Único na forma bonita de amar, de ser tão fiel e gentil, de tentar convencer a mulher querida...

Mas presunçoso. Presunçoso em achar que o mundo gira ao seu redor. E que mulher não deve ser apenas submissa. Deve ser capacho. Capacho onde você possa pisar a vontade e dizer; tenho autoridade sobre você.

Tudo seria diferente se você tivesse respeitado meu ponto de vista. Se tivesse optado por renunciar também, já que ambos tínhamos que fazer renúncias. Mas, ao contrário disto, você limitou-se a ordenar, exigir e determinar. Não deu. Sinto muito.

Hoje com saudades dos momentos carinhosos, das nossas conversas e entregas, fico a me perguntar: Porque não prevaleceu essa parte boa? Quantos serão que existem iguais a você?

Será que sofrerei tudo isso novamente?

Gostar, iludir, sonhar e dar de cara com um homem de personalidade tão difícil!

Como gostaria de saber para passar bem longe deste caminho...

Não vale apena amar dessa maneira. Melhor curtir solidão...

Mulher deve ser tratada com sinceridade e carinho, não com mentiras e esporas...

Será esse o preço da volúpia?