Parar ou Correr

Uma dor aqui, outra ali, e a engrenagem enferrujada busca justificar a parada obrigatória de todo ser vivente. Mas como assim, depois de anos trabalhando, se estressando, fazendo concessões e priorizando o bem-estar da família, a devoradora de corpos quer brindar comigo? Sem chances! Não bebo com estranhos, principalmente com quem quer sumir com o meu brilho. Está louca! Vou trocar o levantamento de copos por uma corridinha na praia, andar na areia, fazer exercícios nos equipamentos da praça e talvez uma academia. O problema é seguir a dieta pobre de mocotó, feijoda, torresmo, macarronada e nada de nada. E o que dizer do vício com o chocolate? O chocólatra não conta com uma rede de apoio a exemplo do AA, pelo contrário, em cada viela tem um promotor de consumo. Também nos rótulos não tem uma caveira com um X indicado que é prejudicial à saúde. Quando penso em parar de beber minha breja tomo uma talagada da branquinha que é para estimular a coragem. E nesse cemitério de esperança vou montando a minha nova realidade. Se eu soubesse que depois da odisseia de sobrevivência teria que virar santo, abusaria mais um pouco. É que o altar não combina comigo, mas entregar o corpo ao sedentarismo não é opção.

Jaciara Dias
Enviado por Jaciara Dias em 12/01/2025
Código do texto: T8239503
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2025. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.