Ataques Pessoais: A Faceta Sombria da Comunicação
Todos os dias nos deparamos com a “Falacia Ad Hominen”. Vemos muito isso na televisão e internet (mas é encontrada em qualquer ambiente físico também), quando duas pessoas estão conversando e cada uma delas apresenta argumentos opostos e uma das partes começa depreciar a outra com comentários irrelevantes, impertinentes, desrespeitosos como: -Condição sexual, nacionalidade, variação linguística, aparência pessoal/física, cultura, religião, posição ideológica, classe social, entre outros.
Em suma, a falácia ad hominem é a propensão de atacar o interlocutor, em vez de refutar suas ideias. Quem usa dessa artimanha, maldosamente busca desqualificar os argumentos do outro através de ataques no intuito de minar a estrutura psicológica/emocional/mental alheia. A aqueles falaciosos ainda que recorrem à mentira ou exposição de “defeitos”, simplesmente para menosprezá-lo, colocando-se numa posição como se fosse o maioral, a última coca-cola do deserto, a última bolacha do pacote, aquela que todo mundo quer.
O desdém do outro, diz mais sobre a pessoa que ataca/fere do que daquele que recebe o desaforo. Quem faz uso dessa estratégia só está mostrando ao par o caráter pútrido e pernicioso que têm.
Uma coisa é muito verdade, existem indivíduos que, quando não tem argumentos baseado na realidade dos fatos ele recorre à humilhação, desqualificação, xingamentos, esbravejo, imposição na intenção de fazer que o interlocutor perca sua credibilidade perante outros sujeitos e fique quieto, se cale.
É muita sujeira, quem não consegue debater saudavelmente e equilibradamente no plano das ideias, quer vencer a todo custo, e como não consegue, arrasta seu receptor para o âmbito pessoal, todavia, nem sempre a sua tática dá certo, fazendo que o seu ódio e fúria aumente.
Exposto isto, surge a pergunta, como escapar da falácia Ad Hominem? Muito bem, a recomendação de alguns especialistas em filosofia, é que em caso como esses é ideal manter a calma e não se deixar levar pela provocação; ignorar os ataques pessoais e centrar nos argumentos apresentados; responder sempre em tom baixo, manipulando o atacante para que ele não fuja do tema da discussão; pedindo para que o agressor lhe respeite e pare de afrontar sua pessoa.
O ad Hominen é uma forma traiçoeira/malevolente de argumentação, porque o ofensor não compreende e/ou não aceita os fatos e evidências apresentados. Esse tipo de diálogo/discussão se torna extremamente pessoal, o atacante torna-se inconveniente e entra num oceano que, sob a luz da sobriedade/esclarecimento não tem em hipótese alguma o direito de navegar. Por falar em navegar, acabei de lembrar que o mal deduzimento do Ad Hominen, serve para referenciar e embasar outro caso, aquele que, quando um dos lados está numa postura passiva, mantendo-se apenas como ouvinte e o ofendedor sem autorização e o mínimo de respeito atravessa uma fronteira marítima e entra em águas territoriais que não tem a liberdade de estar.
Com isso, com a interferência do Ad Hominen entre dois indivíduos, perde-se a oportunidade de se ter um debate saudável, construtivo, gratificante que poderia levar ambas as partes ao crescimento e transformação pessoal e espiritual. É o que penso.