Essa eu tenho que contar

Minha mãe,  como a mãe de muitos usuários do sus, precisou da Upa, porque estava sentindo uma dor no pescoço, que irradiava até a planta do pé...

Sem ser médico lembrei-a, que poderia ser coluna, mas fomos a Upa.

Lá chegando, havia umas cinquenta pessoas, porém ela foi chegando e sendo encaminhada ao risco cirúrgico.

Depois de uns quarenta minutos, chamara-na com outros pacientes ao consultorio 4...

Não demorou muito, ela foi atendida. Falou do que estava molestando e a doutora a escutou falando:

- Dona Maria, estamos com muitos casos de miningite, então baixe a cabeça no peito. Vire a esquerda.  Vire a direita.

Escorado na parede,  sem ser médico sugeri:

-  Pode ser coluna... Eu ensinei alguns exercícios e ela fez...disse sentir-se melhor.

A médica educadamente,  continuou:

- vou passar um medicamentos pro osso,  pra dor e relaxante muscular.

Em seguida pediu que fossemos a enfermaria,  pois havia medicamentos pra serem ministrados na paciente.

Lá chegando,  mais uma leva de pessoas no soro, por cima das cadeiras de rodas ou as cadeiras desconfortáveis literalmente.

Por mais alguns minutos de espera e chamaram-na pra tomar  injecção e um comprimido.

Após a administração da injecção,  mamãe andou atrás da enfermeira,  que perguntou:

- Porque a senhora está me seguindo?

Ela respondeu :

- pra senhora me dar água pra beber esse comprimido.

Sem enrolação a enfermeira disse:

- Água?!...Lá no bebedouro se tiver.

Saímos,  quase sem acreditar,  mas fomos na esperança de água encontrar. Porém,  quando chegamos,  o que faltava era copo.

Aquela senhora de setenta e nove anos e oito meses, com toda a sua paciência  e ansiedade disse:

- Filho vamos embora, pois essa água se duvidar é da torneira.

Fomos a farmácia de uma rede de supermercado, em Belém  e lá viabilizando os medicamentos da receita, falou-se na água pra ele beber.

Que a moça  sem pestanejar disse:

- Água...tem ali no bebedouro.

Que eu olhei...era aquele bebedouro de escola. Tentei impedi-la de ir, mas a teimosia é o cartão de visita, desses nossos idosos.

Quando ela retornou, já ingerido o medicamento, disse:

- Credo...aquela agua estava podre.

Eu rindo convidei-a pra lanchar. Dizendo:

- Mãe só pra tirar o gosto, vai um mingau ou salada de frutas?

- Ela  olhou , nao se negou.Só terminou dizendo:

Feliz ano novo...