Perigo Real e Imediato


Leptop consigo, fiel cobertorzinho...
Seu HD ... Quase sua única fonte de memória...
Na busca internética alguém, espera a hora de assalto, invasão de privacidade e apropriação...

O usuário recebe um e-mail, de alguém e... Responde.
Zaz este alguém rastreia e invade sua conta... A raiz de todos os males é... O amor ao dinheiro...

Um servidor cheio de entradas...
Mais fácil ainda de invadir, trair, dividir...

O invasor virtual, sem sombra, sem materialidade, ou se pode  lhe atribuir uma materialidade diferente daquela que se está habituado a ver, reconhecer... Conecta-se ao servidor... Faz um passeio...

O usuário comum usa sala de bate papo...
Aqueles mais ousados usam técnicas de paquera...
Muitos se transformam em especialistas em emoção, comoção, ilusão...

O navegante nético fala para um estranho o que não diria a sua mulher, a seu marido, noivo, irmão, mãe... Ao seu analista... O ser virtual é o ser mais íntimo, mais próximo... É um amigo ao qual se firma fortes laços, com materialidade, sensibilidade, amor...

Amor platônico... Sim... Sem toque... Sim... Mas passa e repassa energia, choques... Uma eletricidade motora, sentimental e diferente... Mas atua... Produz e reproduz prazer, desejos... Renovação, aquecimento, renascimento de si para o outro...

Amor que alegra, amor que sofre, que assiste, ajuda, abraça... Amor próximo que promete, que sonha junto, que é amizade simples e pura... Madura, adolescente, inocente...

Um início de conversa...
Um fala...
_Aceita ou recusa o chat?
Um terceiro já invadiu a conversa e pensa... Assim que ele responder eu passo pelo fairewal dele...
O outro responde e, sem saber, se ferra...
_Aceito...
Mas não sabe que existe a presença do terceiro, o invasor, o intruso virtual... A ameaça silenciosa, poderosa... E o outro fala:
_Bem vindo à sala de bate-papo...
O outro responde:
_Sou novo nisso...
Um pergunta...
_Quem é você?
O outro evasivo responde com uma pergunta...
_Como você me imagina?

E continua aquele bate-papo aparentemente natural, inconseqüente.
Um tour virtual pode render muita manipulação e problemas... Despesas...
Compras inúteis, compulsivas... Inadimplência...
Coisas da modernidade.
Modernidade... Realidade virtual...

Começa ao ligar o micro...
Uma convidativa tela vazia... Uma tela que pode realizar tantos desejos... Transformar realidades... Uma coisa mágica... Toma conta daquele navegante nético, e ele tecla...
_Entre! Diz a tela... Estamos sempre abertos!!
Inicia com um ruído quase silencioso, na tela vazia...
Uma imensa tela vazia...

Realmente abre-se um portal para um mundo... Um mundo onde se acredita que os atos não têm conseqüência... Onde a culpa pode ser escondida pelo anonimato...

Um universo sem impressões digitais... Invisível... Um espaço abstrato, cheio de estranhos conectados, interconectados, on-line... E desconectados na vida.
O invasor à espreita, poderá roubar segredos... Corromper sonhos e se apropriar de identidades... 

Assim, no mundo virtual, onde se pode ser o que quiser, e quem quiser, cada um pode acabar esquecendo quem é... Esquecendo a sua própria verdade, sua identidade.

Sinceridade é tudo. Assim que se aprende a fingir fica fácil... Esta sentença soa como uma sentença para o ser. Todos abominam falsidade... Mas... Sempre tem um mas...

No mundo da fantasia, dos sonhos e dos desejos, sinceridade é fé, é crença. Valoriza-se o que se vê e acredita... Fingir não é jogo consciente, não é desonestidade, é ação inconsciente... Neste estado fingir é fácil, e ninguém desconfia... Nem mesmo o próprio Eu fica sabendo...

Ibernise.
Indiara (Goiás/Brasil), 12JAN2008.

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Texto Inédito!
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