"OS DOIS AMIGOS"

OS DOIS AMIGOS

Eles se pareciam irmãos, mas eram apenas bons amigos e macróbios companheiros. Tal parecença se afigurava cada vez mais, uma vez que um e outro se agradavam da companhia que o outro agora fazia para este. Touché! Bradava o mais alto de cabelos nevados; bem humorado recheava a sua conversa com muita picardia. Lembrava as famosas taturanas de Monteiro Lobato e do pitéu que era a Joyce, sua neta. Amiguinhos de infância, de muro e de árvore de quintal lá no bairro da Aclimação. Boas recordações tinha daquela época. Experiente, já havia circulado por todos os recantos boêmios da cidade e conhecido muitas gentes de alto bordo, até putas como a Eni, apartou seu despachado parceiro. De estatura mais baixa e um linguajar molhado da terra do Bocage não economizava bocagem para as situações e causos passados. Tinha uma passagem um tanto impudica no interior, mas só o fato de acordar fazia-o cair na gargalhada. Imaginem a galhofa, um michê desprovido da cremalheira fazendo um boquete no marzapo. Não havia “Elixir do Pajé” que o animasse. Ainda bem! Já passou. Servidos de caipirinha diet, atendem como de praxe o vendedor de bilhetes. Dada a habitualidade, reclamam da sorte e mesmo assim repetem a compra de alguns gasparinhos, pois... “c’est un droit qu’a la porte on achète en entrant”.

Viva, hoje é SÁBADO!

SALUD!

paulo costa

janeiro/2008

...“dis-moi ce que tu manges, je te dirai qui tu es”...

paulo costa
Enviado por paulo costa em 18/01/2008
Código do texto: T822049
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