Heróis de 15 minutos
Geração fraca de heróis, carente de ídolos. Qualquer atitude que antes seria vista como um simples ato de humanidade pode se tornar, hoje, um feito heroico mas de glória passageira. Os holofotes se acendem, o mundo celebra, e logo esquecemos. Esse ciclo rápido de exaltação e abandono revela algo profundo: criamos heróis na mesma velocidade com que os descartamos. O herói moderno, paradoxalmente, não é tão extraordinário. Seu heroísmo surge do que projetamos nele: a ideia de que "ele fez o que eu faria". Por ser tão humano, se torna acessível. Porém, ao se revelar apenas mais um de nós, perde o brilho que lhe foi atribuído. É como se o extraordinário não estivesse no ato em si, mas na expectativa ilusória que construímos ao redor dele. Assim, o herói é abandonado tão rapidamente quanto foi celebrado. Não porque falhou, mas porque deixou de atender às expectativas irrealistas de perfeição que criamos. O que antes parecia inspirador agora é apenas... comum. Em vez de buscar figuras que simbolizem o inalcançável, quero valorizar a bondade cotidiana, a coragem anônima, a resiliência invisível. O verdadeiro heroísmo não precisa de holofotes; ele vive no ordinário, mas inspira de forma duradoura.