Epopeia do coração

• Dia 1

Primeira parte

Veio a aurora... e as flores em meu peito — ao soar do violino — exalam o perfume que de ti roubaram.

Ansiando por ti, ainda nos pálidos raios da manhã, fui apressado para o ofício: sonhar acordado pelo dia adentro. Esperando, então, deitar no teu abraço.

Outorgando para si a glória, chegou ao topo dos céus o astro rei.

Imitando o gesto imperial daquele que rege o dia, a ânsia por vós tomou por completo os meus pensamentos...

E até meus suspiros eram servos fiéis dos apaixonados pensamentos sobre ti.

Já próximo da partida do sol, enquanto eu via descer a cortina de luz naquele infinito céu azul-marinho, a calmaria beijou-me a face...

E, num lampejo reminiscente, ecoaram em minha alma as doces e serenas palavras:

"Todas as coisas têm o seu tempo, todas elas passam debaixo do céu segundo o termo que a cada uma foi prescrito".

Recordara meu coração que o doce reencontro, pela mão da Divina Providência, já estava desenhado desde a Eternidade.

• Dia 1

Segunda parte

Caminhando apressado em direção a ti, meu coração entoava melodias serenas e teu nome corria por minhas veias.

Logo que te vi, meus sentidos se elevaram.

No oceano do teu abraço me perdi... assim como uma gota ao mar perde-se para si... e então ganha uma eterna grandeza.

E, no teu amor, propendi ao eterno logo que encontrei, na candura dos teus olhos — na janela de tua alma!—, o amor de Deus...

Encontrei os resplendores da criação...

Encontrei a luz do firmamento que guardas em teus lábios...

O doce aroma do Éden suspirando em tua pele...

A glória dos coros angélicos ecoando em tua voz...

O explendor da minha missão, então, se fez claro:

Na infinitude de tuas graças está oculta a voz de Deus a me chamar...

Pois só hei de ser digno de te amar, quando as chamas da Divina Graça — *em meu coração* — encontrarem um lar.

José Antônio Gomes Lira
Enviado por Ohannah Galdino de Almeida em 11/12/2024
Código do texto: T8217139
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