A única certeza da vida é a impermanência das coisas. O ser humano é o único animal que tem consciência do fim. E, apesar disto, segue em sua jornada. Há um exercício que os monges budistas praticam que me fez entender a ligação amorosa com a vida e, ao mesmo tempo, a coragem de seguir. Eles fazem belíssimos jardins com minúsculas pedras coloridas (mosaicos) que exigem um tempo enorme até que sejam concluídos. E então, depois de prontos, o monge responsável pela orientação no Templo desmancha tudo para lembrá-los da impermanência das coisas. E o exercício não para: novos jardins serão confeccionados e desmanchados. O fato de terem consciência de que tudo será desfeito não afeta o amor que os monges dedicam aos jardins coloridos. Viver é ter consciência do fim, e ainda assim continuar e seguir em frente.
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