LER É VIDA
Como já falei em outros textos, eu participo de alguns grupos sobre livros no Facebook. É uma boa maneira de pegar boas dicas de leitura e repassar as minhas próprias experiências com a nobre arte de ler.
Recentemente postei sobre minha segunda leitura de Dostoiévski, O eterno marido. Na foto do livro dava pra perceber a etiqueta da biblioteca. Aí um cidadão comentou: "olha: alguém que ainda usa biblioteca!" Como se isso fosse a coisa mais estapafúrdia do mundo, quando deveria ser praticamente obrigatório frequentar uma biblioteca pelo menos uma vez na vida.
Eu frequento a Biblioteca Pública Municipal sempre que posso. Protelo livros que comprei para ler os livros que retiro da biblioteca, afinal existe um prazo para devolver e eu gosto de cumprir os prazos.
Bibliotecas são um mundo mágico e maravilhoso, onde podemos encontrar literatura dos mais variados gêneros, desde os clássicos até livros de auto ajuda, passando pelos contemporâneos e pela Literatura Brasileira, sempre interessante de conhecer. Desde o clássico Machado de Assis até os modernos, como Itamar Vieira Junior e Carla Madeira.
Bibliotecas públicas se constroem com livros adquiridos, mas também doados. Já retirei muita coisa boa com o carimbo de "Doação do Leitor" e também já doei muitos livros. A Biblioteca Pública de Blumenau, onde morei por 10 anos (e tenho muita vontade de retornar a morar) tinha uma promoção, onde a gente podia doar um livro novo ou semi novo e levar cinco livros do acervo. Neste caso tomei prejuízo, troquei um Luís Fernando Veríssimo bom por cinco tranqueiras. Em todo caso, é uma iniciativa bacana para renovar o acervo da biblioteca e se livrar de muito livro velho que só ocupa espaço. Aqui em São Pedro do Sul temos a geloteca, onde são depositados livros para quem quiser pegar. Já encontrei muito livro bom lá e já deixei muita coisa lá.
Eu sou partidário da doação de livros, por que parto daquela premissa de que livro é um bem que deve circular e não ficar preso ao espaço de uma estante. É claro que de alguns livros eu não quero me desfazer, mas já doei vários, na esperança de que agradem a pelo menos um leitor ou leitora. Se eu alcançar dez pessoas então, me sentirei realizado.
Frequentar uma biblioteca deveria ser costume e não raridade, a ponto de atrair exclamações de algumas pessoas quando aparece a foto de um livro com a etiqueta de uma biblioteca na lombada.
Ler é viajar sem sair do conforto de uma poltrona, é conhecer novos mundos e apaixonar-se pelos personagens da história contada a ponto de considerá-los como irmãos.
Ler é vida. Ler deveria ser prioridade e não obrigação.