As lembranças às vezes fazem o coração chorar
As lembranças às vezes fazem o coração chorar. O tempo passa rápido demais. Isso, às vezes, traz uma angústia que machuca. Lembro-me bem da infância, de como era bom. Mesmo nas dificuldades, eu era feliz. As brincadeiras na rua, as trocas de ideias até tarde na pracinha, as rodas de conversa com os amigos, o tão famoso jogo de futebol na pracinha redonda e de concreto — mesmo assim, eu era feliz.
Aos poucos, a turma foi fazendo as últimas coisas e, o pior, nós nem percebemos: o último rolê de bicicleta, o último jogo na pracinha, a última roda de conversa. Tudo, tudo foi se perdendo, e nós nem percebemos. Os amigos, cada um seguiu o seu destino: uns casaram e constituíram família; outros foram embora para tentar a vida em outros lugares; e alguns, infelizmente, a morte levou para sempre.
Bem, eu fiquei aqui, trabalhando, estudando, cuidando dos meus filhos. Fiz tudo que eu poderia fazer, e ainda estou aqui. Hoje, 30 de dezembro de 2024, às 23h47, deitado no meu sofá, essas lembranças que às vezes me procuram ao anoitecer estão vivas no meu coração. Será que um dia tudo vai voltar? O certo é: o tempo passa rápido demais.