Era um dia comum na empresa. Corredores movimentados, reuniões intermináveis e aquele café requentado que sempre parecia pior do que deveria. No meio disso tudo, uma novidade discreta: a secretária executiva do diretor geral tinha sido nomeada coordenadora de gestão de contratos. Não era exatamente uma promoção celebrada. Não houve e-mails de parabenização, nem conversas animadas nos corredores. Só aconteceu. Mas algo não se encaixava.
A nova coordenadora, embora dedicada, parecia deslocada na função. Era uma posição jurídica importante, que projeta conhecimentos técnicos, análises complexas e decisões críticas. Só que ela pouco aparecia nas reuniões e quase nunca assinava os documentos que passavam pela área. Enquanto isso, o diretor geral continuou como sempre: dando ordens, resolvendo tudo sozinho, centralizando o poder. E foi assim, quase sem querer, que a verdade começou a aparecer. Um analista de contratos, inquieto com o que sabia, decidiu contar com alguém. Procurou uma liderança e, com todas as palavras, revelou o que estava acontecendo: a coordenadora era uma fachada. Quem realmente cuidava de toda a gestão jurídica era o diretor geral. Ele preparou os documentos, tomou as decisões e usou o nome da secretária apenas como um escudo. Ela assinava, mas não decidia. Era tudo só para fazer parecer que ele não estava acumulando poder demais.
A história chegou ao conselho da empresa, que não demorou a agir. Era um claro desvio de governança, um jogo perigoso que comprometia a alteração da organização. Uma solução? Simples, mas dura: o diretor deveria escolher quem sairia – ele próprio ou sua coordenadora de fachada.
O resultado era óbvio desde o começo. Como todo jogador de poder, ele fez o movimento mais previsível. Escolheu manter-se no tabuleiro e sacrificar sua peça. A coordenadora, que não era o ideal para a função, mas que também parecia mais uma vítima do que um cúmplice, foi demitida sem cerimônias. E o que isso significa? Talvez que, em muitas organizações, o poder e a ética caminhem em alternativas opostas. Que, por trás dos discursos de liderança e meritocracia, há muitas vezes jogos de manipulação e decisões arbitrárias. Ou talvez signifique apenas que, no final, quem controla as peças escolhe quem vai cair – e quase nunca é o próprio jogador. No fundo, a pergunta que fica não é sobre quem saiu, mas sobre o que ficou. E o que ficou foi um ambiente mais pesado, mais desconfiado, onde cada um passa a olhar para o outro com menos certeza de quem está jogando limpo. Afinal, como dizem, no jogo do poder, ninguém é insubstituível – só as máscaras parecem ser.
Análise filosófico de cenário, postura e condução do enredo descrito sobre ética e moral:
1. Falta de Ética e Transparência
O diretor geral agiu por meio de uma "testa de ferro" para realizar a gestão de contratos demonstra uma clara ausência de ética e transparência. Isso pode indicar:
- Desejo de controle absoluto: Ele usou a secretária para mascarar sua influência direta sobre os processos, evitando responsabilização ou fiscalização.
- Falta de confiança na estrutura organizacional: Ao não delegar a responsabilidade para profissionais específicos ou áreas específicas, ele rompe com as boas práticas de governança.
2. Conflito de Interesses
Quando um diretor coloca alguém de sua confiança em uma carga de alta responsabilidade sem considerar critérios técnicos, há um possível conflito de interesses . Isso compromete:
- A imparcialidade nas decisões, especialmente em processos sensíveis como gestão jurídica de contratos.
- A percepção de supervisão da organização, já que outros colaboradores podem ver essa situação como favorecimento.
3. Gestão Tóxica e Manipuladora
A decisão de utilizar a secretária como "testa de ferro" indica um estilo de liderança centralizador e manipulador, que pode:
- Minar a autonomia das áreas e profissionais.
- Criar um ambiente de trabalho inseguro, onde as decisões sejam tomadas por interesses pessoais e não institucionais.
4. Exposição da Organização a Riscos
O fato do diretor geral ser o verdadeiro responsável pela documentação jurídica pode expor a organização a sérios riscos:
- Riscos legais: Documentos podem ser questionados, já que um coordenadora assinava sem estar diretamente relacionado.
- Riscos reputacionais: Se esse comportamento for descoberto externamente, pode comprometer a imagem da organização.
5. Escolha da Demissão e do Conselho
A ordem do conselho para que o diretor escolha entre sua própria permanência ou a da secretária/coordenadora indica:
- Reconhecimento de irregularidades: O conselho observa que havia algo errado na gestão e tomou uma decisão firme para corrigir o problema.
- Proteção da governança: A missão da testa de ferro é uma tentativa de manter a governança em ordem, mesmo que isso não elimine a responsabilidade do diretor.
O fato do diretor "sacrificar" a secretária sugere que:
- Ele tentou preservar sua posição ao custo de expor sua subordinada, o que reflete uma postura egoísta e desleal.
- A segurança pode ter sido usada como um “bode expiatório” para encobrir ações mais amplas de irregularidades.
6. O Papel do Analista e da Liderança
Um analista de contratos que cobre a informação buscou expor a verdade para proteger a organização, demonstrando:
- Comprometimento com a ética: Ao relatar o caso, um analista cumpriu seu dever de buscar correção de irregularidades.
- A fragilidade do ambiente organizacional: Se uma liderança precisa de uma denúncia interna para agir, isso pode indicar falhas na governança ou na fiscalização interna.
Conclusão: O que tudo isso quer dizer?
Esse caso reflete um ambiente organizacional marcado por:
- Liderança desestruturada: A postura do diretor geral evidencia um estilo de gestão pautado no favoritismo, centralização de poder e manipulação.
- Falta de governança robusta: Ausência de controles claros e independentes que irregularidades fossem encobertas.
- Risco ético e reputacional: Essas ações comprometem a revisão da organização interna e externa.
- Desafios para a cultura organizacional: Esse tipo de comportamento pode desmotivar colaboradores e criar um ambiente de trabalho tóxico.
A decisão do conselho de intervir demonstra um esforço para recuperar a governança, mas a demissão da coordenadora não resolve o problema central, que é a conduta do diretor geral. A organização precisa fortalecer seus mecanismos de controle, conformidade e ética para evitar que situações como essa se repitam.
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"Esta obra é completamente fictícia. Qualquer semelhança com pessoas reais, vivas ou falecidas, é mera coincidência."