DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA
Dias atrás, comemorou-se mais um dia da consciência negra, a meu ver, coisa completamente inútil uma vez que além das falas inflamadas, com objetivo explícito de causar animosidade entre as pessoas com base em fatos ou, em sua maioria, suposições, nada mais é feito para alterar a situação em que vivem os marginalizados da sociedade, quer sejam eles pretos, brancos, mulatos, azuis, amarelos, cinzentos, listrados com ou sem bolinhas coloridas.
Melhor seria que a data fosse o DIA DA CONSCIENTIZAÇÃO DOS DIREITOS E DEVERES DOS BRASILEIROS, conforme está descrito na Constituição, para vivermos numa sociedade sadia e igualitária.
Conscientização se traduz pela forma de apresentar as alternativas dos relacionamentos sociais dos diversos grupamentos humanos para que a pessoa decida em qual deles quer viver, além, claro, de reconhecer seus direitos e os deveres para o convívio social harmônico e produtivo da sociedade na qual ela está inserida.
Se não for do seu agrado, que se transfira para o país ou local em que o modo de vida lhe agrada, mas jamais tentar mudar a sociedade exclusivamente para sua satisfação.
Infelizmente essa obsessão de impor aos demais a própria visão de como o mundo devia ser, permeia a nossa sociedade através dos esquerdopatas hipócritas que proclamam as maravilhas do comunismo, sob quaisquer sinônimos, mas quando têm a oportunidade, vão viver no paraíso capitalista dos Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia ou Europa. Nunca para o “maravilhoso” submundo cubano, venezuelano, coreano, chinês, emirados ou teocracias onde a liberdade é sonho inatingível...
Aí cabe uma reflexão.
O desejo de liberdade e autodeterminação individual, contrasta com o comportamento naturalmente belicoso e tendente a dominar seu semelhante, comum na maioria, pois são raros os exemplos de pessoas altruístas, geralmente ligadas às religiões, que se preocupam com o bem-estar generalizado e pregam a aceitação voluntária de obediência às normas.
São Francisco, Martin Luther Ling Jr., Madre Tereza, Mahatma Gandhi, Nelson Mandela, Irmã Dulce, Chico Xavier, Divaldo Franco, Sidarta Gautama, Tenzin Gyatso (atual 14º Dalai Lama) são exemplos do que quero dizer, mas considerando que somos mais de oito bilhões, esse número não tem significação.
Nessas datas da Consciência Negra em que são citadas as ações de Zumbi dos Palmares ou Chica da Silva como baluartes da liberdade, que por conta da licença poética, convenientemente, criam-se histórias sem a devida comprovação pela História, omite-se o fato de que eles possuíram escravos, porque além de ser demonstração de destaque e importância social, a compra e venda de pessoas escravizadas era o comportamento normal vigente na época em que eles viveram.
Hoje abominamos a ideia de possuir escravos, mas o sequestro e comércio de pessoas continuam não só para mão de obra escrava em fábricas, minas e fazendas, mas para o fornecimento de órgãos para transplante e a satisfação de taras inimagináveis para a maioria.
O resgate da dignidade propagada aos quatro ventos não deve ser só para os afrodescendentes, mas para todos nós brasileiros cujos governantes não se preocupam com a distribuição igualitária das oportunidades, da segurança, saúde e instrução que são asseguradas pela Constituição, com as reduções da carga tributária e do número astronômico de servidores públicos, para o desmantelamento do feudalismo ideológico instalado em Brasília, onde o governo é determinante e o povo não tem voz nem vez, apesar dos 513 deputados e 81 senadores que deviam ser os seus representantes.