Aos 40 anos, a mulher não carrega mais as inseguranças da juventude. Ela sabe o que quer, sabe o que não quer, e, principalmente, sabe onde não quer estar. Não precisa provar nada para ninguém. A sociedade pode até tentar impor os seus moldes, mas ela se conhece bem demais para se dobrar a eles.

 

E então aparece ele. Um jovem, 20 anos mais novo, talvez 15. É o contrário do que se espera, não? Não é ela quem o procura, é ele quem a encontra. Há algo na sua presença que o atrai, algo que ele não encontra nas meninas da sua idade. Não é poder, não é status. É admiração pura e simples. Ele a vê como ela é: uma mulher que viveu, que se ergueu, que carrega histórias nas rugas que mal aparecem e brilho nos olhos que jamais se apagaram. Para ele, ela é um mulherão.

 

E ela? Ela não se deixa levar por clichês. Quando se interessa por um homem mais jovem, não é para buscar validação na juventude que ele carrega. A juventude, afinal, não é mais moeda de troca. É algo que ela mesma traz, não no corpo, mas na alma. Ela gosta do frescor, da leveza que ele tem. Porque, para ela, leveza é ouro.

 

Aos 40, ela já carregou pesos demais. Os pesos do trabalho, dos amores, das perdas e das escolhas. E, ao envelhecer, enquanto muitos homens parecem se ancorar na gravidade da vida, ela busca voar mais alto, mais livre. Não quer mais relações que tragam o peso do mundo para dentro de casa. Quer brilho, quer um olhar que ilumine os dias cinzentos, quer a pulsação da vida que só alguém com olhos frescos e peito aberto pode oferecer.

 

O jovem, com toda a sua energia, com seu romantismo ainda intacto, é um convite à leveza que ela procura. Ele não é um projeto a ser moldado, tampouco um troféu a ser exibido. É uma troca, um encontro. Ele aprende com ela o que só os anos podem ensinar; ela redescobre com ele o que o tempo muitas vezes esconde.

 

É uma dança bonita, essa. Uma troca de olhares entre duas fases tão distintas da vida, mas que, por algum motivo, se encaixam. E quando o mundo questiona, ela sorri, serena. Não precisa justificar. Ela sabe que, nessa relação, o que importa não é o número de anos que os separam, mas a intensidade do momento que os une.

 

A mulher de 40 segue leve, com o frescor que é só dela. E ele, ao seu lado, talvez descubra que não há juventude maior do que estar em paz consigo mesmo.

 

 

Monet Carmo
Enviado por Monet Carmo em 25/11/2024
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