O CHÃO DA CAPITAL ERA DIFERENTE, EU NÃO SABIA!

Diz o rifão que "cobra que não anda, não engole sapos", como os demais, é a mais pura verdade. Se eu tivesse permanecido sempre em minha pequena cidade jamais teria passado este pequeno sufoco que passei na capital. Estou falando de Teresina, que como toda grande cidade, capital ou não, tem o seu seu serviço de água e esgotos amplamente diversificado para atender a sua grande população. Já na minha pequena Simplício Mendes não existia nada disto. Por onde que se andasse ou corresse poderia fazê-lo tranquilamente que jamais iria enfiar o pé e até a perna em alguma boca de lobo, vulgo, bueiro. Serviço este, para qualquer pessoa do interior, para não dizer, matuto, que pode parecer até ser uma espécie de armadilha, como todas, traiçoeiras. Pois bem. Na primeira oportunidade em que saí com alguns colegas para uma diversão no centro da cidade, ao voltar para o colégio em que morávamos e estudávamos, após passar próximo de um quartel e o nosso grupo ser escorraçado por um guarda, como abuso de autoridade e, principalmente, só para nos assustar, passamos a correr pelo centro da avenida e neste ínterim, ao pisar em falso numa boca de lobo que eu desconhecia, simplesmente a minha perna naufragou, ficando presa naquele buraco de maneira tal que sentia algo líquido tentando levar a minha sandália. Ao olharem para trás e mesmo percebendo o meu sufoco, os meus colegas, não amigos, continuavam a sua jornada e com muito esforço consegui sair daquele antro e levando de recordação a minha calça rasgada e joelho ferido. Depois de mais de 50 anos, ainda carrego uma tênue cicatriz daquele pequeno acidente e na minha lembrança aquela falta de companheirismo. Não digo nem amizade.

JOBOSCAN
Enviado por JOBOSCAN em 24/11/2024
Código do texto: T8204491
Classificação de conteúdo: seguro