A ALEGRIA DE VIVER
A ALEGRIA DE VIVER
CRÔNICA DA MADRUGADA
A noite vai se espreguiçando, lentamente, enquanto uma estranha calmaria se apossa de meu coração.
Há no ar uma suave quietude que mantém longe de mim as inquietações e correrias do dia que findou.
O céu está silente, a lua e as estrelas parecem imobilizadas no firmamento à espera do tempo que não tem pressa de passar.
Sinto uma alegria, que brota do mais profundo de meu ser, sem motivo ou explicação, mas que me enternece e me convida a mergulhar na fantasia que me envolve.
Nesse doce embalo, sinto minha alma alçar voo e misturar-se às estrelas, passar rente à lua e procurar, nas crateras prateadas, a figura de São Jorge, que preenche o imaginário dos enamorados.
Agora, estou planando sobre as mais altas e verdejantes montanhas e sentindo a sensação de liberdade, que só as águias, nas alturas infinitas, conseguem sentir.
Lá distante, no horizonte azulado, começam a surgir as primeiras cores da manhã que se anuncia.
Deslumbrado, vejo a lua e as estrelas empalidecerem sob o véu da madrugada, e a presença marcante de um enorme disco de ouro, espargindo brilho e fulgor, encenando assim, ante meus olhos mortais, o maior espetáculo da terra.
O dia chegou e me encontrou em êxtase, hipnotizado pelo espetáculo paradisíaco, do qual fui testemunha ocular.
E minha alma, agradecida, elevou um hino de louvor:
- Obrigado, Senhor, pois conheci a verdadeira alegria de viver, pela coragem de mergulhar na fantasia da tua criação, onde encontrei a paz interior e o mais sublime ideal de vida, que é sentir-me parte de teu projeto de amor.