RAZÃO E AMOR
RAZÃO E AMOR
Vivemos, neste mundo, com duas características marcantes, que definem nossa personalidade. A primeira delas é a Razão, ou a faculdade de pensar. A segunda é o sentimento do Amor, ou faculdade de sentir emoção.
Esses dois atributos consistem na nossa imagem e semelhança de Deus, o que nos faz diferentes dos irracionais. Significa que a Razão que possuímos é um fragmento da Sabedoria Divina; e o amor que sentimos é uma fagulha do Amor de Deus.
E por que Ele nos criou dessa forma?
Para que, através do uso da Razão, cheguemos até Ele e o conheçamos; e vivenciando o Amor, nos identifiquemos com esse dom divino, e possamos, então, nos relacionar, dignamente, com Ele e com nossos semelhantes.
Para aqueles que ainda não conseguiram entender a importância de Deus, em suas vidas, a análise objetiva desses dois atributos humanos, dará a direção certa. E essa análise, nos leva a questionar, primeiro, por que nunca nos satisfazemos, plenamente, com os ideais e objetivos que alcançamos.
Assim que os atingimos, já estamos imaginando qual o próximo passo, a próxima meta. Queremos a companheira, ou o companheiro, ideal, para, então, vivermos felizes para sempre. Mas não basta. Logo queremos a casa própria, o carro, uma empresa, casa de campo ou praia e, por aí vai.
Nossa mente está sempre maquinando, em busca de um ideal maior, que dará satisfação plena.
Em segundo lugar, vem a parte emocional, que nos envolve com o Amor. Querendo viver esse
sentimento inebriante e sedutor, nossa imaginação alça voo, e procuramos realizá-lo através do sexo, expressão máxima de bem-querer. Usamos dele para nos fazermos felizes. Mas não basta, ainda. É preciso buscar novas experiências e assim, de relação em relação, banalizamos e vulgarizamos o Amor, a ponto de deixarmos de acreditar nele. E os parceiros ou parceiras se tornam, para nós, simples objetos de prazer, completamente descartáveis.
Na realidade, Deus, ao nos dar esses atributos, fez-nos iguais e semelhantes a Ele, na perfeição divina.
Colocou em nós uma atração mística, para que através da Inteligência ou Razão, buscássemos o ideal maior, que é Ele, fonte de toda a sabedoria, no qual nos realizamos plenamente e não em ideais meramente humanos, que têm duração limitada.
Plantou em nós o sentimento do Amor, do qual Ele é Fonte inesgotável, para que amássemos uns aos outros, como Ele nos ama, com retidão e integridade, e não como poço de desejos carnais, e, desta forma, chegar a Ele.
Vivemos, neste mundo, inquietos, procurando por algo que nos dê a felicidade. A Razão e o Amor, embora distorcidos pela nossa concupiscência, tentam nos por no rumo de Deus, que passa por nossos semelhantes. De equivoco, em equivoco, vamos caminhando pelas estradas da vida, até que, um dia, desiludidos da nossa vã filosofia, tropeçamos em Deus, de quem recebemos esses atributos e então clamamos, como Agostinho de Hipona, que percorreu o mesmo caminho:
"- Ó Beleza Infinita, quão tarde te conheci. Nosso coração foi feito para Ti, Senhor, e permanece inquieto, até que descanse em Ti."
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