CANTIGAS DA CIDADE
CANTIGAS DA CIDADE
É noite alta, a mãe aflita, no morro, chora pelo filho, que não voltará mais. Ao longe, houve-se uma voz cantando, abafada pelo som da cuíca: Ensina-me a amar, Senhor....Senhor...
Um homem desnorteado, após dias de busca de emprego, em vão, balbucia, entre lágrimas: Eu preciso de Ti, Senhor...sem Ti, nada sou...
O dia vai findando, a noite chegando, e na
escuridão da vida, a família sem teto, cantarola angustiada: Luz, Divina luz, Divina luz, vem iluminar meu caminho...
O mendigo estende a mão, suplicando por ajuda e recebe o desprezo de corações endurecidos.. Ao longe, um coral salmodia: Jesus Cristo, manso e humilde, faz meu coração semelhante ao teu...
O pecador, aterrado por seus pecados e crimes, promete a Deus, por entre lágrimas: Por hoje não...eu não vou mais pecar.
E assim, o ser humano, cantando e chorando, chorando e cantando, percorre este Vale de Lágrimas, caindo e levantando, na esperança de que seu cântico chegue ao coração de Deus.