CANTIGAS DA CIDADE

CANTIGAS DA CIDADE

É noite alta, a mãe aflita, no morro, chora pelo filho, que não voltará mais. Ao longe, houve-se uma voz cantando, abafada pelo som da cuíca: Ensina-me a amar, Senhor....Senhor...

Um homem desnorteado, após dias de busca de emprego, em vão, balbucia, entre lágrimas: Eu preciso de Ti, Senhor...sem Ti, nada sou...

O dia vai findando, a noite chegando, e na

escuridão da vida, a família sem teto, cantarola angustiada: Luz, Divina luz, Divina luz, vem iluminar meu caminho...

O mendigo estende a mão, suplicando por ajuda e recebe o desprezo de corações endurecidos.. Ao longe, um coral salmodia: Jesus Cristo, manso e humilde, faz meu coração semelhante ao teu...

O pecador, aterrado por seus pecados e crimes, promete a Deus, por entre lágrimas: Por hoje não...eu não vou mais pecar.

E assim, o ser humano, cantando e chorando, chorando e cantando, percorre este Vale de Lágrimas, caindo e levantando, na esperança de que seu cântico chegue ao coração de Deus.

Pedro Lodi
Enviado por Pedro Lodi em 19/11/2024
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