Lembranças da Feira do Livro

Este ano a Feira do Livro chega a um marco histórico. São 50 edições de literatura, cultura e a disseminação do conhecimento para a comunidade pelotense.

E não sou exceção. Afinal, os livros são meus parceiros por toda a vida e continuam influenciando-me na arte de escrever.

Estou em Pelotas há 40 anos e pude pessoalmente sentir a magia que a Feira traz aos leitores. Me lembro que tive contato pela primeira vez em meados dos anos 90 e fiquei maravilhado com a variedade de títulos que já era naquela época. Ainda não tinha manifestado meu desejo de ser escritor, mas ali vieram os primeiros sinais. Aquela vontade de tirar textos da gaveta e criar mundos onde a imaginação era a lei sonhando um dia em fazer parte do outro lado da moeda.

Foi amor a primeira vista e nem mesmo imaginaria que em sã consciência, pudesse chegar tão longe com as palavras mesmo nos piores momentos da minha vida.

Daí foi um pulo. Lembro-me com carinho da primeira sessão de autógrafos que presenciei em 2002 onde um grande amigo meu havia lançado um livro sobre a história da Cosulã.

Foi emocionante ver a conquista dele. E ali tinha dado mais um passo rumo a escrita, embora meu lado escritor estava adormecido naquele momento.

Já em 2004, tive o privilégio de conhecer um dos meus ídolos na literatura, o saudoso jornalista David Coimbra que fez uma palestra sobre o livro Canibais e tive a emoção de receber um livro autografado dele que mudou minha vida. E ali meu lado escritor mostrou sinais de despertar e mal sabia que isso aconteceria de fato. E por duas vezes.

Em 2008, tive a experiência de lançar o livro A História dos Bra-Peis junto com Sérgio Osório. Mesmo não tendo tanta gente na fila, senti a alegria de autografar um livro feito pelas minhas próprias mãos e em 2013, novamente tive essa honra já no Mercado Público através da antologia Dark City que foi coordenada pelo Márcio Ezequiel e onde participei ao lado de autores consagrados da literatura pelotense como Zênia de Leon e José Luís Marasco Leite, o patrono desta histórica Feira de 2024.

Ali a experiência foi ainda mais marcante. Aprendi os segredos da estrada literária que de uma maneira ou de outra, coloco-a em prática independentemente de qualquer gênero, seja conto, crônica, artigo ou poesia.

Tudo isso devo a esta Feira do Livro que completa seu cinquentenário revelando novos talentos literários e trazendo escritores renomados para abrilhantar o evento.

Bem como criar novas memórias para todos. Eu que o diga. Os livros sempre foram pra mim um refúgio dos momentos tristes e a porta de entrada para novas aventuras.

É bom lembrar que Pelotas tem uma cultura bem diversificada e multifacetada e a Feira do Livro é o principal catalisador de toda esta cultura.

E particularmente fico feliz em saber que faço parte da história destes 50 anos de Feira do Livro seja como leitor ou escritor. A emoção é indescritível.

Mais uma vez abre-se as tendas da cultura e do conhecimento que nos liberta da ignorância que insiste em nos rodear.

Seja bem-vinda, Feira do Livro. Este escritor a saúda.

MarioGayer
Enviado por MarioGayer em 17/11/2024
Código do texto: T8198923
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