Três Vendas Onde a História se Encontra com o Coração
Há algo mágico em um nome. Ele não é apenas uma palavra, mas um contêiner de histórias, memórias e identidades. Em nossa pequena cidade de Inhacorá, essa discussão ganha contornos apaixonados. Não seria hora de devolvermos ao nosso lar o nome que realmente pulsa em nossas almas: Três Vendas?
Quem caminha pelas ruas de nossa cidade ouve os ecos do passado. Há quem diga que, muito antes de existirem calçadas e praças, este vilarejo já era conhecido como Três Vendas, um ponto de parada para viajantes e tropeiros no século XIX. Era aqui que as histórias se cruzavam, que as barganhas eram feitas e que as famílias se encontravam sob a sombra das vendas de madeira. Cada uma delas tinha uma alma, um propósito, e juntas formavam o coração desse povoado.
Mas então veio a mudança. Veio o nome que, embora oficializado, parece ter sido imposto como um rótulo alheio. Inhacorá soa bonito no papel, mas para muitos, não conta a nossa história. Não evoca os risos e as conversas ao redor das mesas de madeira, o cheiro do café passado na hora ou o trote dos cavalos chegando ao vilarejo.
Três Vendas não é apenas um nome; é um laço que nos une ao nosso passado. É como se, ao pronunciá-lo, pudéssemos sentir a presença de nossos ancestrais, dos primeiros moradores que, com coragem e simplicidade, ergueram aqui suas vidas. É um lembrete de quem somos e de onde viemos, um pedaço vivo de nossa identidade.
É compreensível que mudar um nome não seja tarefa simples. Há trâmites legais, documentos e, claro, opiniões divergentes. No entanto, seria um gesto nobre da legislatura atual e do prefeito refletirem com carinho sobre essa ideia. Afinal, uma cidade é feita de pessoas, de histórias compartilhadas, e não apenas de marcos e placas.
Três Vendas é nossa essência. Não apenas uma memória, mas um sentimento que atravessa gerações e nos conecta. Trazer de volta esse nome seria como reacender uma chama adormecida, um símbolo de pertencimento que resgata o que realmente importa: a nossa história.
E você, que lê estas palavras, sente a verdade em seu coração? Talvez seja hora de deixarmos de lado as convenções e ouvirmos o que o passado tem a nos dizer. Porque, no fim, não há lugar como Três Vendas.